sábado, setembro 30, 2006

"World Trade Center", de Oliver Stone

Class.:



Validade emocional questionável

Se me tivessem convidado para a projecção deste filme, com um completo desconhecimento da minha parte acerca das pessoas envolvidas no projecto, a minha questão aquando do desfecho do visionamento seria algo do género: Afinal este é o novo filme de Roland Emmerich, autor de “The Day After Tomorrow”? Julgava que o homem andava envolvido com mamutes…
Tudo bem… admito que estou a pressionar um pouco em demasia o pedal da ironia, mas é (no mínimo) lamentável visionar Oliver Stone, o realizador mordaz, caustico e inexorável de obras como “Platoon” ou “Natural Born Killers”, tratar um filme que tem como pano de fundo os malogrados eventos do 11 de Setembro, em tom de Disaster Movie. Ele desafia (e dilui) de tal forma as expectativas para uma matéria desta magnitude, que o vilão acaba quase sendo as Torres Gémeas.

Os minutos iniciais arrancam de forma promissora. Stone mescla de forma encorpada o despertar das histórias pessoais com a alvorada citadina. Inicialmente, New York expira um silêncio expectante, espreguiçando-se lentamente para um renovado dia e à medida que o Sol surge acima dos prédios, irrompe pelas suas artérias o caos das febris actividades quotidianas. A ameaça surge através de sombras, abalos e estrondos, contudo, assim que as torres desabam, o filme fica asfixiado nos escombros de um argumento limitado. A direcção revela-se contida e a transposição para o lar dos familiares resulta em cenas estéreis. Depois de visionar “World Trade Center” permaneço convicto do melhor filme concebido pós-11/09: o brilhante “25th Hour” de Spike Lee.



No início do ano, li algures que este ano Hollywood iria atrás de blood money para minorar a possibilidade de prejuízos financeiros. Recuso-me a acreditar nesta afirmação, todavia, existem factos curiosos e até inquietantes. Senão vejamos: considero “United 93” um filme imensamente válido, portentoso e digno para manipular os acontecimentos funestos, sendo inclusive lançado mundialmente em Abril, de forma despretensiosa e numa altura em que a indústria andava no rescaldo dos Oscars. “World Trade Center” recebe um realizador de renome, um actor famigerado, um orçamento airoso, publicidade a rodos e um lançamento de Verão, digno de um blockbuster hollywoodesco. Por muito boa vontade que pudesse ter para com Oliver Stone, existe uma questão inevitável: será que o espectador fica emocionalmente tocado por um filme bem construído, ou será “apenas” açoitado pelo drama inerente à veracidade trágica dos eventos?

Existem momentos de suspense, terror e tristeza. Contudo, esta nobre tentativa para celebrar o denodado espírito humano face a inconcebíveis adversidades poderia ter sido formulada por qualquer realizador mediano. “World Trade Center” emana uma superficialidade arbitrária. Oliver Stone é um dos realizadores americanos mais corrosivos, considerado um autêntico anticristo em círculos conservativos, mas qualquer jovem cinéfilo que o conheça apenas neste filme irá encontrar um cineasta que utiliza narrativas convencionais para evitar possíveis suicídios comerciais. É um trabalho mundano, uma tentativa forçada de Feel-Good Movie que reduz os horrores de uma data nefasta em prol dos cínicos objectivos de bilheteira hollywoodescos.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Mashup #2



Copular imagens de “Toy Story 2” (John Lasseter) com diálogos e banda sonora de “Requiem for a Dream” (Darren Aronofsky) pode originar um formidável rebento. Numa palavra: Magistral!
P.S.: Cliquem na imagem ou aqui.

quinta-feira, setembro 28, 2006

"I’m a Cyborg, but that’s ok" – trailer



Acaba de sair nos escaparates o trailer para “I’m a Cyborg, but that’s ok”, o novo filme de Park Chan-wook, cuja acção decorre num hospital psiquiátrico, onde uma rapariga que julga ser um cyborg de combate se apaixona por um homem que acredita conseguir roubar a alma das pessoas. O trailer encontra-se em coreano, pois infelizmente foi o que se conseguiu arranjar… para já. Para acederem ao respectivo, cliquem na imagem.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Últimas de Lars von Trier



Após o altamente ignorado “Manderlay”, o realizador dinamarquês Lars von Trier apresentou na passada quinta-feira, em pleno Festival de Cinema de Copenhaga, uma comédia intitulada “Direktøren for det hele” ("Director para Tudo", numa tradução literal). Apresentando-o como o seu «…filme mais limpo e tradicional…», a película narra a história do dono de uma empresa de tecnologias da informação que contrata um actor no desemprego para fazer de presidente da empresa. O acolhimento do público foi fraco e as críticas devastadores, acusando von Trier de não conseguir manipular os cordelinhos do género comédia clássica. Relativamente à última parte da sua trilogia sobre os Estados Unidos, iniciada com “Dogville” e seguida de “Manderlay”, von Trier declarou que será rodada «quando sentir necessidade de o fazer», o que entretanto não sucede. O seu próximo projecto será um filme de terror, sobre o qual não quis adiantar muito além do título entre expressivas gargalhadas: “Antichrist”. Curiosamente, este representa um apelido que alguns dos nossos pobres docentes adoram empregar no fabuloso cineasta dinamarquês, autor de relíquias como “Zentropa”, “Dancer in the Dark”, “Riget”, “Riget II”, entre outras.

terça-feira, setembro 26, 2006

Consternação... passageira?

Há algo de podre no Reino da Dinamarca… já dizia Hamlet de William Shakespeare. O chamado amadurecimento bloguístico desperta-nos para uma realidade sorumbática desta atmosfera, desta blogosfera. Tiago Pimentel redigiu há dias de forma bem eloquente que se «…por um lado devolveu às pessoas a possibilidade de serem lidas, por outro, banalizou a necessidade de se escrever…»; o caro Lauro António afirmou justamente que «…Aqui também se acoberta muita mediocridade que não teria outro poiso, muita má formação a armar aos cucos, muita canalhice encapotada, muita mentira…»; e um dos melhores críticos do nosso país, João Lopes, apontou com uma elevada justificação que «…continua a existir um número imenso de pessoas marcadas pelo infantilismo bloguista: dispensam as ideias e favorecem o maniqueísmo panfletário, ignoram a verdade humana dos outros e preferem reduzi-los a meros alvos de exercícios mais ou menos insultuosos».

Este recanto foi criado em tom de diário cinéfilo e apesar do imenso trabalho que me preenche o quotidiano (artigos, análises, exposições…), arranjo sempre tempo para o blog e tento injectar diariamente este espaço com frescura e alento. Travei conhecimento com um extenso rol de personalidades fascinantes, mas o nível asquerosamente hipócrita que tenho constatado ultimamente ceifa-me o ânimo. Peço humildemente perdão pelo desabafo, principalmente às pessoas que visitam o Pasmos Filtrados, desde as que me lêem às que me escrevem (quer na caixa de comentários, quer através dos inúmeros mails recebidos).

A programação habitual segue amanhã, pelas pessoas íntegras que visito e pelas admiráveis personalidades que comparecem neste espaço adornando-o com a sua gnose. Mas até quando irei deambular por aqui? Não sei… não sei…

segunda-feira, setembro 25, 2006

Fincher+Pitt+Blanchett+... Swinton?



Que projecto promissor! Que elenco!
A Production Weekly anunciou que Tilda Swinton se encontra em conversações para integrar o próximo projecto de David Fincher, “The Curious Case of Benjamin Button”, juntando-se aos já confirmados Brad Pitt e Cate Blanchett. Baseado numa curta história de F. Scott Fitzgerald, Eric Roth (“Forrest Gump”, “The Insider”) expandiu a narrativa num épico argumento de 200 páginas. A história segue o peculiar nascimento de um ser humano do sexo masculino (Benjamin Button) que aparenta a idade de 70 anos aquando da sua natividade. À medida que os anos vão passando, Benjamin constata que sofre um processo de rejuvenescimento. As filmagens começam a 6 de Novembro em New Orleans e culminam a 7 de Fevereiro de 2007, em Los Angeles.

sábado, setembro 23, 2006

Monsieur Gondry #3



Human Behaviour” representou o início de uma sublime parceria entre Michel Gondry e a cientista da música: Björk. Realizado em 1993, este sensacional videoclip lançava a carreira internacional da cantora islandesa a solo, depois de vários anos como membro da banda The Sugarcubes. Aliás, Björk irá juntar-se à sua antiga banda, para um concerto que comemorará o 20º aniversário do lançamento do seu primeiro single oficial: Birthday.
Cliquem na imagem para acederem a uma música esplendorosa e a um videoclip alucinadamente prodigioso. O imaginário lírico de Gondry capta na perfeição as percepções originais da música de Björk, num storytelling artisticamente fausto e peculiar no universo dos videoclips.

sexta-feira, setembro 22, 2006

"I'm a Cyborg, but That's Ok" – primeiro poster

Dissipando o negrume que envolvia a sua Trilogia da Vingança, Park Chan-wook apresenta os primeiros lampejos do alvor que deseja imprimir neste seu novo projecto, “I'm a Cyborg, but That's Ok”. A acção deste filme decorre num hospital psiquiátrico, onde uma rapariga que julga ser um cyborg de combate se apaixona por um homem que acredita conseguir roubar a alma das pessoas. Quanto a datas de estreia… ainda não existem… infelizmente.

quinta-feira, setembro 21, 2006

"300" – trailer promocional



Graças ao blog Movies For The Masses, aqui está uma pérola. Apesar da fraca qualidade da imagem, vejam isto o quanto antes, pois existe uma forte possibilidade de desaparecer em breve. "300" é a adaptação cinematográfica da Graphic Novel de Frank Miller (autor de "Sin City"), em parceria com Lynn Varley. Decorrido em 480 a.C., o filme documenta com uma substancial liberdade criativa, uma das mais terríveis e heróicas batalhas de que há memória, quando uma força militar gigantesca invadiu a Grécia pelo norte, tendo sido bloqueada por um pequeno exército espartano de 300 homens, comandado pelo Rei Leonidas, que resistiu até ao fim com a sua guarda de elite.

Depois colocar os olhos nestas imagens, reafirmo: a minha confiança em Zack Snyder é total! E como um doce para fãs de boa música, marca presença no trailer um excerto da faixa “Just Like You Imagined” da excepcional banda Nine Inch Nails, de Trent Reznor. O filme estreia em solo americano a 16 de Março de 2007 e para acederem ao trailer cliquem na imagem acima exposta.

quarta-feira, setembro 20, 2006

E se...



...“The Conversation”, uma obra exímia de Francis Ford Coppola que vive na sombra dos seus Monstros Sagrados (“Apocalypse Now” e a trilogia “The Godfather”), viesse a servir de base para uma série televisiva?
Envolvidos na edificação desta ideia encontram-se talentos como Eric Jendresen (“Band of Brothers”), Christopher McQuarrie (“The Usual Suspects”), Tony Krantz (produtor de “Mulholland Dr.” e da série televisiva “24”) e ainda o próprio Francis Ford Coppola. “The Conversation”, vencedor da Palma de Ouro em Cannes (1974), é uma obra construída com um cuidado milimétrico por um cineasta em pleno jugo narrativo. Tendo em conta o talento envolvido no projecto, aguarda-se um tratamento dramático complexo, com pormenores que poderão enobrecer o profético filme de Coppola.

terça-feira, setembro 19, 2006

Descubram as semelhanças


Six Feet Under” – primeira temporada



The Black Dahlia”, de Brian de Palma

segunda-feira, setembro 18, 2006

Mashup

E se acasalassem “2001: A Space Odyssey” de Kubrick, com “Goodfellas” de Scorsese?...
Cliquem na imagem.

sábado, setembro 16, 2006

"United 93", de Paul Greengrass

Class.:



Embarcar na angústia do caos

A 11 de Setembro de 2001, a América em particular e o mundo em geral, testemunharam o horror de um ataque terrorista organizado quando três aviões foram desviados, sendo que dois embateram no World Trade Center (acabando por destruir as simbólicas Torres Gémeas) e outro (supostamente) no Pentágono. Na bruma deste trágico dia, um quarto avião sequestrado não chegou a atingir o seu alvo. Um grupo de passageiros rebelou-se, acabou sacrificando as próprias vidas e esta é a sua história… a arrepiante história do voo 93.

Cinco anos após a catástrofe, o mediatismo da imprensa e a hipocrisia política subverteram a sensibilidade desta data funesta em prol dos seus deploráveis desígnios. Paul Greengrass recupera o agente humano, provocando um indelével impacto emocional, através do sentimento de autenticidade patente na captura visceral do tumulto que envolveu aqueles momentos fatídicos. Greengrass opta por uma abordagem hiper-realista dos eventos, sem floreados heróicos ou backgrounds enfadonhos das personagens, deixando que o drama inerente fale por si próprio, com um elenco despretensioso que acrescenta validade à realidade nua e crua que o filme deseja reproduzir. Desviando-se dos mecanismos de prantos espontâneos, o realizador explora o caos focando-se no factor humano, quer nas pessoas do respectivo avião, quer nos indivíduos imersos no pandemónio terrestre.



Rodeando a estreia deste filme surgiu uma questão embrulhada numa urgência algo hipócrita: Não será demasiado cedo?
Contrapondo esta questão poderá surgir a seguinte: Será que as audiências mundiais têm assim tanto torpor/temor em lidar com os torvelinhos da realidade, que necessitam de carícias incessantes de fantasia? Inúmeros filmes sobre flagelos da história da Humanidade (desde o ataque a Pearl Harbor ao Vietnam, passando pela Guerra do Golfo) foram lançados na fresca alvorada de malogradas ressacas humanas, logo a questão fulcral torna-se: Será o filme “United 93” (e o próximo “World Trade Center” de Oliver Stone) bom o suficiente para lidar com uma matéria tão sensível?

Na linha do seu anterior “Bloody Sunday”, Greengrass volta a recriar caos com meticulosidade, rigor e inteligência, examinando uma tragédia com o poder da Arte. Com um punho hábil na manipulação de contextos panorâmicos, mostra-nos como não devemos esquecer o 11 de Setembro e ilustra-nos como o deveremos reviver. Declinando adelgaçar o assunto para as linhas de um simples conto de heróis e vilões, Greengrass filma a urgência da revolta com espontaneidade, apreendendo o pavor a bordo e o instinto primário humano pela sobrevivência. Os minutos finais de “United 93” são devastadoramente memoráveis. A câmara amotina com movimentos constantes, de atalaia esquadrinhando os espaços como se buscasse respostas, salvação, repouso, redenção. Mas a assombrosa imagem final remete-nos para a futilidade da demanda. Magistral! Imperdível!

sexta-feira, setembro 15, 2006

Momento Zen

quinta-feira, setembro 14, 2006

Convém mencionar



Nick Cave arrecadou o primeiro galardão Gucci do Festival Internacional de Veneza, pelo guião do filme “The Proposition”. O objectivo desta estatueta é premiar um artista internacional que tenha dado um contributo importante para uma longa-metragem realizada nos 18 meses anteriores ao festival. Após ter estreado na Sétima Arte como argumentista no filme “Ghosts... of the Civil Dead”, dando seguimento nessa área com “The Proposition”, Cave planeia escrever uma comédia com o título provisório “Death of a Ladies Man”, que será realizada pelo seu confrade John Hillcoat.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara.



Grande… grande notícia!
Ensaio sobre a cegueira”, do nosso José “Nobel” Saramago será adaptado cinematograficamente pelo brasileiro Fernando Meirelles, autor dos brilhantes “Cidade de Deus” e “The Constant Gardener”. O projecto de língua inglesa será intitulado "Blindness", terá um orçamento de 25 milhões de dólares e será rodado em São Paulo e Toronto. O romance publicado em 1995 conta a história de uma praga de cegueira inexplicável e incurável. À medida que os afectados pela epidemia são colocados em quarentena, em condições desumanas, e os serviços civis começam a falhar, a história segue a mulher de um médico, a única pessoa que não é afectada pela doença que cega todos os outros. O romance mostra-nos o desmoronar completo da sociedade que, por causa da cegueira, perde tudo aquilo que considera como civilização. Ao banir marcas de identificação espácio-temporal, Saramago faz do romance um espelho onde o leitor poderá mirar-se e reflectir sobre o seu papel, enquanto participante activo na construção da história da Humanidade. Existe igualmente uma supressão de identidade associada à cegueira que se espalha. Ao assumir que os nomes são desnecessários no relacionamento das personagens no hospício, fica implícita a trajectória que teremos de seguir, na descoberta (porventura dolorosa) do «eu» e do «outro». “Ensaio sobre a cegueira” é um retrato contundente da condição humana.

terça-feira, setembro 12, 2006

O fim do ciclo de Besson

Luc Besson anunciou que o seu próximo filme, “Arthur et les Minimoys”, representa o seu último projecto na cadeira de realizador. O cineasta francês declarou que a sua intenção é dedicar-se a projectos cívicos, como a criação de uma fundação para apoiar jovens que habitam nos depressivos subúrbios franceses. A atitude de Besson é nobre, mas apesar da menor qualidade dos seus filmes recentes, este é um cineasta que teve um arranque de carreira bastante promissor. Da sua extensa filmografia, retenho cinco filmes: "Le Dernier Combat", "Subway", "Le Grand Bleu", "Nikita" e "Léon". As personagens destes filmes têm realidades comuns: solidão ou rejeição social (lá está, a eterna preocupação social do realizador francês). Besson explora mundos extremos e ambíguos, desafiando as convencionais visões sociais do certo e errado. O extremismo obscuro destes universos encaminha para uma inolvidável luminosidade. É no centro deste conflito entre personagens e sociedades, que experimentamos admiráveis observações sobre a vida, moralidade e individualidade. Simbolicamente poético, "Le Dernier Combat" (o meu filme de culto de Besson), estabeleceu o padrão para a tapeçaria que o francês foi cosendo ao longo da melhor fase do seu repertório. Assentes numa sociedade pós-apocalíptica em desintegração moral, meditámos sobre a integridade de potenciais heróis e visionamos o ser humano questionando o seu lugar na sociedade. Resta desejar imensas felicidades ao Homem que disse um dia: «O Cinema nunca salvou a vida de alguém, nem representa um medicamento para impedir a morte. É apenas uma aspirina».

segunda-feira, setembro 11, 2006

Ovações



Já que nas últimas semanas se encontra em voga divulgar as recepções de alguns dos filmes mais aguardados do ano, – sendo que a maioria da imprensa resolveu sonegar a ovação de 10 minutos que “The Fountain” recebeu no dia seguinte à projecção aos críticos (lá está o mediatismo do escárnio a dar cartas no panorama hodierno) – aqui fica a recepção da projecção de “El Laberinto del Fauno” de Guillermo del Toro, no dia de ontem em pleno Festival Internacional de Toronto: longa ovação em pé com louvores de «Bravo!», «Encore!» e «Viva Guillermo!». Apresentada como uma sequela temática à Obra-Prima “El Espinazo del Diablo”, a fábula negra narra a história de uma jovem rapariga que viaja para o norte rural de Espanha com a sua mãe e pai adoptivo, em 1944, após a vitória de Franco e respectiva ascensão do fascismo. No seu recente e decrépito lar, ela deambula por um mundo de fantasia, tentando superar a repressão fascista que assola a região. O filme ainda não tem data de estreia para o nosso país.

sábado, setembro 09, 2006

Curiosidade de pacote de cereais



Jack Skellington, a fantástica personagem criada pela mente aluada de Tim Burton para o filme “The Nightmare Before Christmas”, possui um longo historial de cameos. Já apareceu na série animada “Tiny Toons” como The Pumpkin Guy, num espantalho de “Sleepy Hollow”, no topo da cabeça de “Beetlejuice” (lançado antes de “The Nightmare Before Christmas”) perto do final e até no papel de um rebuçado que Willy Wonka oferece a uma criança em “Charlie and the Chocolate Factory”. O meu cameo favorito de Jack surge como pirata na animação stop-motion intitulada “James and the Giant Peach”. Ele é o capitão de um navio repleto de ossos ao qual a personagem Centipede dirige a tirada: «É um Skellington». Num testamento ao seu tributo Shakespeareano, a sua cabeça acaba tombando durante o filme.

sexta-feira, setembro 08, 2006

"Little Children" – o poster

Acaba de ser lançado o poster para “Little Children”, o filme de Todd Field que mencionei há dias. Trata-se da adaptação do romance homónimo de Tom Perrotta, centrado num grupo de jovens casados cujas vidas se intersectam nos jardins-de-infância, nas piscinas municipais e nas ruas de uma pequena comunidade, de forma surpreendente e potencialmente perigosa. Depois do fascinante trailer e deste requintado cartaz, continuo a receber muito boas vibrações deste projecto. A confirmar em solo americano a 6 de Outubro.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Cate "Dylan"



Aí estão as primeiras imagens da actriz Cate Blanchett, na pele do compositor andrógino Jude, uma configuração específica da personalidade do músico Bob Dylan. Todd Haynes (“Velvet Goldmine”), propõe uma abordagem pelas ruminações existenciais de Dylan, enquanto diversas personagens representam um aspecto particular da vida e trabalho do músico. O filme chama-se “I’m Not There” e conta no elenco com Christian Bale, Heath Legder, Richard Gere, Cate Blanchett, Michelle Williams, Julianne Moore e Charlotte Gainsbourg. O filme estreia no próximo ano.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Candidato a poster mais piroso do ano

Por muito que eu possa apreciar (q.b.) o trabalho anterior de Sofia Coppola, isto mais parece a montra da Bershka. E o semblante da Dunst?... Enfim... Espero que o resultado final não seja o tratamento de um período histórico ao ritmo de punk-rock-chic, com o adorno de um cor-de-rosa choque imperial.

terça-feira, setembro 05, 2006

"Reservoir Dogs" – 15 anos

Encontram-se satisfeitos com as vossas edições especiais do 10º aniversário de “Reservoir Dogs” de Quentin Tarantino? Então que me dizem do formato lata de gasolina da edição limitada que irá ser lançada para comemorar o 15º aniversário? E que tal esta em formato caixa de fósforos?

Isto é tudo muito bonito e tal, mas como é que vou encaixar isto na prateleira, juntamente com os restantes DVD’s? Lá terei de arranjar maneira, caso contrário ainda vão parar à garagem ou à cozinha… consoante o formato adquirido.

segunda-feira, setembro 04, 2006

É hoje…


... que “The Fountain” de Darren Aronofsky estreia mundialmente no Festival de Veneza. Não… não irei marcar presença. Sim… estou bastante triste.

sábado, setembro 02, 2006

Momento Zen

sexta-feira, setembro 01, 2006

Passem a palavra

Finalmente uma inversão dos papéis!
O documentário “This Film Is Not Yet Rated” foca-se de forma incisiva no processo de classificação de filmes nos EUA e respectivo impacto cultural. Ainda na onda polémica do seu excelente documentário “Twist of Faith” (nomeado para Oscar de Melhor Documentário), Kirby Dick aponta baterias para a Vaca Sagrada da indústria cinematográfica, a Administração de Certificação e Classificação, operada pela MPAA (Motion Picture Association of America). O filme estreou mundialmente a 25 de Janeiro de 2006, no Festival de Sundance. Para acederem ao site oficial, cliquem no magnífico poster acima exposto.
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