quarta-feira, novembro 30, 2005

INLAND EMPIRE

Em Maio, durante o festival de Cannes, o enigmático e brilhante autor David Lynch anunciou que já filmava há dois anos o seu próximo filme. O sucessor de “Mulholland Drive” intitula-se “INLAND EMPIRE”. Não… não me encontro sobre o efeito de ecstasy, nem sofrendo um ataque histérico, pois foi o próprio Lynch quem deliberou o seu título em maiúsculas. Pois bem… o projecto continua vendado e as novidades toldadas, mas o facto é que se encontra praticamente finalizado, tendo atingido a fase de pós-produção.

Tudo começou como um projecto de Internet, sem qualquer argumento. Lynch utilizou câmaras digitais, após ficar deslumbrado com as potencialidades ministradas por um sistema que lhe poprociona mais «liberdade, quer na rodagem, quer na pós-produção», segundo suas palavras. Nas parcas palavras de Lynch, “INLAND EMPIRE” – título que se refere a uma área residencial pouco povoada na divisa entre Los Angeles e o deserto californiano, (antítese do local do anterior filme de Lynch) – será sobre uma mulher com problemas e vários segredos (igualando aqui, a premissa básica de “Mulholland Drive”) e no elenco constam Laura Dern, Jeremy Irons, Justin Theroux, Harry Dean Stanton e Julia Ormond, entre outros.

O filme ainda não tem data de estreia, nem qualquer tipo de trailer ou poster… mas é mesmo assim, por trilhos abstractos que se movimenta o genial David Lynch.

terça-feira, novembro 29, 2005

Ultraviolet

Lembram-se de “Equilibrium”? Para quem aguardava o próximo de Kurt Wimmer (escritor/realizador do respectivo filme), 2006 é o ano designado para saciar curiosidades. Milla Jovovich será a protagonista de “Ultraviolet”, cuja acção decorre num tardio século XXI, onde uma subcultura humana emergiu após ser modificada geneticamente por uma doença vampírica (Hemophagia), fornecendo-lhes velocidade, destreza e inteligência apuradas. Após tal disparidade para com humanos “normais” e “saudáveis”, o planeta eclode numa guerra civil universal (entre humanos e hemophages), destinada a suprimir a população “enferma”. Entre este fogo cruzado, uma mulher infectada, Ultraviolet (Jovovich), terá de lutar pela sua sobrevivência protegendo igualmente um rapaz de nove anos marcado pelo governo como ameaça à raça humana.

O filme incluirá algo muito especial para os fãs de “Equilibrium”: uma bela porção de “gunkata”, mescla de artes marciais e tiroteio desenvolvida pelo próprio Wimmer.

segunda-feira, novembro 28, 2005

"Cars" - o novo teaser

Eis o novo teaser trailer para “Cars”, a próxima animação da Pixar. Será uma solitária impressão de um cinéfilo infeliz pela conclusão do fim-de-semana, ou existirão mais pessoas receando o que se avizinha, após o visionamento destas imagens? Bem sei que o responsável é John Lasseter (alguém que admiro eternamente por “Toy Story” e “Toy Story 2”), e afinal de contas a Pixar nunca desiludiu, mas torço imenso o nariz a este teaser. Enfim… cliquem na imagem para acederem ao respectivo teaser.

sábado, novembro 26, 2005

O próximo de Cronenberg

Segundo o site italiano Bad Taste, o próximo filme do canadiano David Cronenberg será a adaptação cinematográfica do romance de 700 páginas de Giorgio Faletti, “I Kill”, cuja suculenta premissa é a seguinte: Durante o seu programa radiofónico, um famoso DJ da Rádio Montecarlo recebe a chamada de um homem que declara em directo planear um homicídio. Nessa mesma noite, um piloto de Fórmula Um e respectiva noiva (famosa jogadora de xadrez) são assassinados. As faces das vítimas foram completamente removidas pelo serial killer para a elaboração de máscaras.

Ainda não existe uma data para o arranque do projecto e entretanto continuemos a (des)esperar pela estreia em Portugal do seu novo filme “A History of Violence”.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Digam-me que é apenas um pesadelo

Segundo o Diário Económico, a cadeia norte-americana AMC, decidiu abandonar o negócio na Europa e concentrar-se noutros mercados como o Canadá ou Hong Kong. Isto deve-se claramente ao facto de num ano as salas de cinema nacionais terem (já) perdido dois milhões de espectadores. Uma quebra de 35% face ao ano transacto (e este ainda não terminou!).

Ou seja… o complexo de cinemas situado no Arrábida Shopping (20 salas num total de 4300 lugares) encontra-se à venda. Adeus Ecrãs TORUS (de dupla curvatura: curvos e côncavos) que permitem obter uma melhor definição e brilho na imagem; adeus desnível de 60 cm entre filas, sendo o espaço entre as mesmas de 117 cm, o que proporciona todo o conforto e evita sermos incomodados por indivíduos com colossais cabeças e altura! A culpa não é da pirataria… é de quem a privilegia, de mentalidades que preferem contemplar um quadro de Van Gogh após demolhá-lo em soda caustica líquida. Tudo isto é triste... tudo isto é fado.

quarta-feira, novembro 23, 2005

"The Birds" - o remake? Mas PORQUÊ?!

Os produtores da prequela para “Texas Chainsaw Massacre” (Andrew Form e Brad Fuller), revelaram à Now Playing Magazine o desenvolvimento do remake de “The Birds”, o Clássico de 1963 de Alfred Hitchcock.

O número de remakes dos filmes que adornam a obra de Hitchock é exorbitante. Existem alguns remakes a ter em consideração, mas todos empalidecem quando comparados à obra original. Senão vejamos alguns exemplos das reproduções: “The Man Who Knew Too Much” de 1934 sofreu um update topo de gama em 1956, pois quem dirigiu o filme foi o próprio Hitchcock. “Dial M for Murder” de 1954 sofreu em 1998 um segundo remake de Andrew Davis com uma magnífica interpretação sinistra de Michael Douglas. De salutar igualmente, encontra-se o remake televisivo de “Rear Window”, ofertando a Christopher Reeve o seu primeiro papel principal após o acidente que o paralizou. Depois destas belas homenagens, aparece o remake de Gus Van Sant para Psycho, em 1998. Bastante lúcido afirmou que não pretendia ultrapassar o mestre, sendo o filme uma cópia plano a plano do original. Escusado será dizer que a película não acrescentou algo valorável à sua reputação. Por fim teremos “The Lodger” (o filme mais reproduzido de Hitchcock); “Rebecca”, “Shadow of a Doubt” e “The 39 Steps” com dois remakes e até “The Lady Vanishes” com um.

A falta de originalidade pelas bandas de Hollywood encoleriza-me incomensuravelmente. Sendo Alfred Hitchcock o Mestre do seu género, para quê efectuar o remake de uma obra do seu excelso repertório? Será que existem responsáveis pela Sétima Arte relacionados a expressão «suicídio profissional»?

terça-feira, novembro 22, 2005

How many of you are there?

Que poderei eu verbalizar?
Existem alturas nas quais qualquer palavra nunca fará jus ao excelso sentimento que nos acirra. Digamos que este é o exemplo de como deveriam ser todos os teasers. Inebriante!


P.S.: Cliquem na imagem.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Momento Zen

sábado, novembro 19, 2005

"La Marche de l’ Empereur", de Luc Jacquet

Class.:

Quebrar o gelo

Após o visionamento deste filme passei a abominar a reincarnação. A vida do Homem é deveras intrincada, mas a vida do Pinguim Imperador, repleta de privação, óbices, perigos e adaptação a ambientes hostis num dos cantos mais adversos do planeta, é bastante mais espinhosa. “This sucks!”, apregoavam os «cute and cuddly» pinguins de “Madagascar” ao aportar na desoladora Antártida… e quem poderá censurar a irrepreensível citação? Aliás, existirá algum complô para ascender os pinguins a figura mais queriducha do ano de 2005?

Todos os Invernos, nos inóspitos desertos de gelo da Antártida uma épica expedição é perpetuada. Milhares de Pinguins Imperadores abandonam o seu aquático habitat azul cristalino e trepam para a superfície gelada, dando início a uma longa jornada, pautada pela irresistível necessidade de reprodução, para assegurarem a sobrevivência da espécie. Numa maviosa cerimónia monógama, ornamentada por cânticos e carícias, a magia acontece entre estes peculiares animais… mesmo sem retirarem os respectivos smokings. Mas as adversidades e provações são inúmeras, desde gélidas ventanias, temíveis predadores, ausência de nutrição durante meses e até ataques de desespero das fêmeas que perdem as crias.

É um ritual árduo e por vezes ingrato, mas acima de tudo enternecedor, ditado por imperativos instintivos que regulam a natural devoção dos pinguins pela sua procriação. Num mundo onde desafogados humanos chacinam inúmeras formas de vida, “La Marche de l’ Empereur” é uma formidável asserção da excelência da Natureza face a desafios ambientais. Enquanto sobrevivemos ao stress social quotidiano para nos refastelarmos ao fim do dia na soalheira atmosfera caseira, estes pinguins subsistem a torturas polares para consolidarem a sua reprodução.

Anteriores filmes (“Winged Migration”, “Microcosmos”) demonstraram como gloriosas imagens podem despontar numa tela de Cinema sob a forma de documentário. A paciência da intrépida equipa de Jacquet para interceptar os padrões migratórios, o acasalamento e o drama da aparição de predadores, foi colossal. Durante 14 meses, a equipa viveu (se é que podemos aplicar este termo) numa zona do planeta onde pegadas vão sendo extintas a cada nova passada. Este será um dos raros casos onde o extra “making of” da edição em DVD, poderá ter um interesse idêntico ao próprio filme. Apesar do filme evidenciar o clima impiedoso, a beleza do local não é descurada. As câmaras de Jacquet captaram inclusive a gloriosa Aurora Boreal e afinal de contas... o gelo é bem fotogénico.

Infelizmente a narrativa é pouco fluida e enquanto os olhos se encontram alienados por um panorama arrebatador a mente divaga demasiado, abstraindo-se um pouco do propósito da projecção. Outro ponto negativo é o facto da versão original empregar (por vezes) voz aos pinguins, num mecanismo banal e desarticulado. Mas o filme é maioritariamente Arte, distanciando-se do típico documentário de meia hora apresentado pelo Discovery Chanel. “La Marche de l’ Empereur” tem um poderoso impacto emocional graças à sua calorosa história de amor, numa das mais frígidas localidades terrestres.

quinta-feira, novembro 17, 2005

"Tideland" - o site oficial



O site para o novo filme de Terry Gilliam, “Tideland”, acabou de receber um upgrade que engloba o primeiro trailer. O filme segue a história de Jeliza-Rose, uma jovem rapariga que perde a sua mãe graças a uma overdose de heroína. Após este desditoso episódio, Rose muda-se para uma casa rústica com o pai e tenta esquivar à sua trágica realidade forjando um mundo de fantasia onde bonecas desmembradas falam com um sotaque britânico. Para acederem ao site cliquem na imagem acima exposta e vejam o trailer.

Infelizmente o filme ainda não tem distribuição programada, mas espero que tal situação mude em breve. Assim como espero que a deliciosa imaginação mirabolante de Gilliam não seja asfixiada novamente por produtores com a mania de primorosos editores.

quarta-feira, novembro 16, 2005

O dispendioso poster de "Metropolis"

Não, esta não é a foto de um poster exposto na parede do meu quarto (infelizmente). Trata-se da imagem do poster para o clássico de 1927 do alemão Fritz Lang, “Metropolis”, que foi vendido por 690000 dólares, estabelecendo um novo recorde mundial para posters leiloados. O poster é uma das quatro únicas cópias existentes, foi arrecadado por um coleccionador privado americano e bateu o anterior máximo de 453500 dólares, que pertencia ao poster do filme “The Mummy” de Karl Freund, datado de 1932. Escusado será dizer que marquei presença neste leilão, mas a minha oferta de 25 euros não bastou para o arrecadar…

terça-feira, novembro 15, 2005

El Laberinto del Fauno



O site Ain’t It Cool News publicou as primeiras imagens do novo filme de Guillermo Del Toro, “El Laberinto del Fauno”. Tais fotos poderão ser visualizadas clicando aqui.

O novo filme de Guillermo Del Toro (“The Devil's Backbone”, “Cronos”, “Hellboy”) narra a história de uma jovem rapariga que viaja para o norte rural de Espanha com a sua mãe e pai adoptivo, em 1944, após a vitória de Franco e respectiva ascensão do fascismo. No seu recente decrépito lar, ela deambula por um mundo de fantasia, tentando superar a repressão fascista que assola a região. O filme estreia no próximo ano, mas ainda não existe uma data específica.

segunda-feira, novembro 14, 2005

“Arthur and the Minimoys” - o website

Foi finalmente activado o website para a animação de Luc Besson, “Arthur and the Minimoys”. Neste espaço os fãs poderão deliciar-se com wallpapers e screensavers, entre outras iguarias, enquanto os desconhecedores da saga de Besson poderão apreender informações sobre o filme, o livro e as personagens que o pululam. O filme será a adaptação de uma série de livros escritos pelo próprio Luc Besson. Freddie Highmore, Madonna, David Bowie e Mia Farrow, entre outros, abonarão as suas vozes às singulares personagens. A estreia está prevista para Dezembro de 2006 e para acederem ao site basta clicarem na figura.

sábado, novembro 12, 2005

"Dead Ringers" - a série?

Segundo a Variety, o realizador David Cronenberg encontra-se em conversações com a cadeia HBO, tendo em vista uma série televisiva inspirada no seu filme de culto de 1988: “Dead Ringers”. O que me apraz de forma inefável é a possibilidade de Cronenberg realizar o episódio piloto.

O filme original é um dos meus Filmes de Altar.
É sobre dois gémeos ginecologistas (ambos interpretados colossalmente por Jeremy Irons), que ensandecem após se envolverem amorosamente com a mesma mulher. Visionar “Dead Ringers” é como presenciar uma operação crítica, provocante e estimulante ao mesmo tempo. Cronenberg esquiva-se da sua faceta mais visceral, distanciando-se da jugular e focando a sua meditação no delicado tecido dos estrambólicos desejos humanos. Ele pinta o seu retrato num cinzento gélido, cifrando o monstruoso vácuo de uma vida sem individualidade, num mundo frio e estéril de ciência sem humanidade. O excelso autor eleva o género desafiando os cânones do Horror. O horror presente não implica percas somáticas, alberga a execração da mente, da percepção individual.

Ainda este ano poderemos assistir ao seu novo filme (“A History of Violence”) e Cronenberg também já foi destacado para realizar e produzir “London Fields”, baseado no romance de 1991 de Martin Amis, sobre uma promíscua vidente com premonições inquietantes.

quinta-feira, novembro 10, 2005

“The Constant Gardener”, de Fernando Meirelles

Class.:


As ervas daninhas que infestam certos jardins proibidos

O realizador Fernando Meirelles efectua novamente milagres visuais que repercutem com sentimento e emprega uma face humana no sofisticado romance de John le Carré. O escritor iluminou em 2001, as intrigas de um mundo gerido pela ganância de corporações e governos comprometidos, com o seu livro “The Constant Gardener”. Meirelles injecta o seu quinhão de energia, iluminando a adaptação com ressonância emocional e tensões temáticas.

Justin Quayle (Ralph Fiennes) é um pacato diplomata inglês que viaja para o Quénia com a sua esposa Tessa (Rachel Weisz). Num local remoto deste território, Tessa é brutalmente assassinada e o seu companheiro de viagem, um activista local, desaparece. Tudo indica tratar-se de um crime passional e o Alto Comissariado Britânico em Nairobi assume que o seu colega Justin deixará a resolução do mistério ao seu encargo. Mas perseguido pelo remorso, Justin surpreende tudo e todos embarcando numa odisseia pessoal para desvendar e expor a verdade, que o conduzirá a uma funesta intriga.

Meirelles semeia uma extensão de vilões ao longo do filme, cada um possuidor de uma sinistra natureza e representado os pilares do mal que ele deseja expor. Mas “The Constant Gardener” é a história do amor entre um homem e um fantasma, na qual Ralph Fiennes e Rachel Weisz perpetuam um bailado primoroso. Weisz é vertiginosa no seu papel mais rico até ao momento e Fiennes desempenha o seu relutante herói num crescendo idêntico a uma tormenta refreada, explodindo em ondas de raiva à medida que a passividade deixa de ser uma opção. É com o despertar da personagem de Fiennes que o filme transcende a sua premissa política.



“The Constant Gardener” ostenta apreensão e desconforto pelas actividades pós-coloniais em África. Meirelles oferta um brilhante filme que demonstra de forma caustica as infames explorações realizadas nos países do Terceiro Mundo, bem como medita na natureza da confiança. Captura de forma perfeita as políticas caóticas contemporâneas e demonstra como, mesmo no canto mais deteriorado do planeta, alguns seres encontram algo para explorar. É um thriller que foge aos chavões do género e deixa a audiência reflectindo sobre qual o seu real conhecimento do mundo que a rodeia, bem como das pessoas que amamos.
Em “Cidade de Deus”, Fernando Meirelles filmava imaculadamente as favelas do rio, em “The Constant Gardener” filma a pobreza dos bairros pobres de Nairobi. Ele apresenta uma África, alheia aos cartazes das agências de turismo sobre o Quénia. Meirelles estampa o seu cunho na obra de le Carré e a fotografia de César Charlone irradia imagens de profunda destituição, perscrutando a nossa confortável distância relativamente à degradação do bairro de Kibera.
“The Constant Gardener” é uma portentosa obra lírica, com uma exímia banda sonora de Alberto Iglesias, uma fotografia impressionista de César Charlone e interpretações topo de gama. Fernando Meirelles assevera a sua tremenda virtuosidade como realizador. O seu estilo de filmagem guerrilha, captura a urgência hipnótica da ficção de le Carré com um sublime sentido de espaço e cor. A sua dinâmica propulsiva abona uma urgência orgânica ímpar. Meirelles arrancou as convencionais ervas daninhas dos filmes do género e plantou mais uma Obra ornamental no seu Jardim contemplativo.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Sobre o teaser de "Superman Returns"...



O teaser trailer para “Superman Returns” de Bryan Singer, será anexado a todas as cópias de “Harry Potter and The Goblet of Fire”. As salas americanas irão ser presenteadas com um teaser de 1 minuto e 33 segundos e consta-se que a Europa também receberá este privilégio. E quem julga que esta seria uma dádiva inexcedível, desengane-se. Existem rumores sobre um outro teaser a ser anexado: nem mais, nem menos que “Lady in The Water”, o próximo filme de M. Night Shyamalan. Este teaser terá por sua vez, a duração de 1 minuto e 50 segundos.
As confirmações estão para breve.

terça-feira, novembro 08, 2005

"The New World" - o trailer

Considero este o segundo melhor trailer do ano e pertence ao novo filme de Terrence Malick, “The New World”. Trata-se de um trailer com proporções verdadeiramente épicas, numa fotografia divina e com uma partitura sonora arrepiante. A forma como o perfeccionista Malick cria atmosferas introspectivas, captando expressões faciais e flutuando a câmara pela natureza e respectiva fauna e flora, é sublime! Para lhe acederem, cliquem na figura acima exposta e aguardem um pouco.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Momento Zen

domingo, novembro 06, 2005

Pee-Wee compõe o laço para novas aventuras?

Já existiam remotos rumores de mais 2 filmes sobre Pee-Wee na fornalha, mas eis que chega um update do próprio actor. Paul Reubens anunciou que escreveu os argumentos para um par de novas aventuras. O primeiro supostamente já terá produtor (ainda que inominável) e estará relacionado com a captura da personagem “King of Cartoons”. O segundo filme será mais adulto e consta ser uma sátira à própria carreira de Reubens. Se os projectos não surtirem em filme, Reubens planeia convertê-los em BD.

Em 1988, Randal Kleiser realizava uma autêntica palhaçada de filme circense (literalmente), intitulada “Big Top Pee-Wee”, com uma lancinante ausência da magia exposta na primeira película. Mas se o filme possuir o inefável humor negro de Tim Burton, patente em “Pee-Wee’s Big Adventure” de 1985… pois que venha!

sexta-feira, novembro 04, 2005

Esmagador último trailer

Cliquem na imagem para acederem ao derradeiro trailer de “King Kong”. Apenas consigo articular por palavras isto: Imponente! Estou demasiado abalado para construir um pensamento. O trailer arrasou-me… Majestoso!

quinta-feira, novembro 03, 2005

“Wallace & Gromit in The Curse of the Were-Rabbit”, de Nick Park e Steve Box

Class.:



O longo voo da Fénix da animação

O Universo de “Wallace & Gromit” teve o seu Big Bang em três curtas-metragens de Nick Park e companhia, todas nomeadas para Oscares e duas recebendo o respectivo galardão (“The Wrong Trousers” e “A Close Shave”). Posteriormente, foi gerada uma série de TV para o Reino Unido e após cinco anos de atarefada produção, surge a sua longa-metragem, “Wallace & Gromit in The Curse of the Were-Rabbit”.

Wallace é o aluado inventor viciado em queijo, Gromit (na linha de Brain, o cão do Inspector Gadget), é o leal e silencioso companheiro de Wallace, sempre disposto a desenrascá-lo de alguma encrenca. Gromit é uma obra-mestra da animação em particular e da comédia em geral. A diligência dos animadores para gerar intrincadas emoções numa face canina de plasticina, merece todas as alvíssaras do meio cinematográfico. O expressivo e meticuloso trabalho empregue nas gesticulações é inaudito. Em “The Curse of the Were-Rabbit”, Wallace e Gromit dirigem a Anti-Pesto, uma empresa responsável pela segurança das hortas de uma cidade obcecada por jardinagem e são chamados a intervir, quando uma enorme ameaça devoradora de vegetais paira sobre o burgo, aterrorizando os aspirantes ao prémio final da Competição Anual de Vegetais Gigantes.

Em 2000, “Chicken Run” havia sido inspirado em “The Great Escape” de John Sturges, com “The Curse of the Were-Rabbit” Park diverte-se homenageando uma amálgama de clássicos filmes de monstros (“The Wolf Man”, “Frankenstein”). Não são como as meras pândegas regurgitadas por outros filmes do género, tratam-se de paródias apropriadas. Existe uma deliciosa referência musical ao fabuloso “Watership Down” de Martin Rosen, mas o mais evidente e peculiar tributo remonta a “King Kong” (1933), tendo em conta que ambos utilizaram idêntico processo de animação e afinal de contas, Kong é o Santo Padroeiro da Animação Stop-Motion.



O tom, apesar de mais sombrio que a usual animação americana, ajusta-se perfeitamente a um visionamento familiar. É uma animação pouco infantil, mas existem delícias para miúdos e excentricidades para graúdos. O facto da Lady Campanula Tottington se assemelhar a uma cenoura, com o seu cabelo laranja disposto numa configuração impossível, é uma das inúmeras piadas visuais. O filme brilha intensamente mantendo-se fiel às suas origens, graças ao fabuloso departamento de animação. A Aardman Animation não aceita a morte da animação tradicional. São delicados na animação Stop-Motion, injectando carinho na modelação das suas amadas figuras. A dedicação e enternecimento pelas suas criações são tais, que impressões digitais foram deliberadamente abandonadas nas personagens. É a distinta assinatura de Park e da sua Aardman Animation. Existem determinadas cenas que recorrem ao CGI, mas a sua utilização é estratégica.

“The Curse of the Were-Rabbit” lida com espasmos arcanos, entusiasmantes sequências de acção e gags inspirados. Acima de tudo, os criadores mantiveram a inteligência e sensibilidade fomentada nas peripécias predecessoras de “Wallace & Gromit”. São 85 minutos aureolados, com personagens animadas bem superiores a inúmeros actores de carne e osso. Como filme de aventuras, a parte final reserva uma esplendorosa sequência de acção, onde lobrigamos que não se trata “apenas” de uma brilhante animação, mas também de uma magnífica realização. Park bem pode aguardar uma nova nomeação para os Oscares, o que não deixa de ser bastante impressionante, tendo em conta que praticamente todos os seus trabalhos fazem parte das corridas para a obtenção da estatueta dourada. Aguardemos que o recente incêndio que assolou a Aardman Animation, não esmoreça o brilhante trabalho que sempre desenvolveram e qual Fénix da Animação, renasçam literalmente das cinzas e continuem a transportar e dignificar o enorme peso da animação tradicional. “The Curse of the Were-Rabbit” é tão divertido que não necessitarão de dizer «cheese», para um sorriso se estampar no vosso rosto.

quarta-feira, novembro 02, 2005

"The 40 Year Old Virgin", de Judd Apatow

Class.:

“They're not fucking toys! This is Ironman, okay?” (Andy Stitzer)

“The 40 Year Old Virgin” é uma comédia sexual sobre perda, literal e figurativa. A sinopse aparenta a fundação de mais uma comédia sexual adolescente, mas ao acrescentarem mais uma geração ao herói, o filme transpõe essa premissa. Não se trata de uma simples colecção de piadas lascivas sobre “facturar” (apesar de existirem algumas), mas do retrato de um homem afável, inocente e solitário em busca de aceitação.

Andy Stitzer (Steve Carell) é um homem de 40 anos, que colecciona bonecos e lê banda desenhada, alguém sem qualquer vida social e que pedala numa bicicleta para o seu emprego numa loja electrónica. Sim, na sociedade contemporânea isto berra aos quatro ventos: TOTÓ! E quando num jogo de poker, ele confessa aos colegas a sua virgindade, estes decidem encaminhar o seu casto camarada para um cenário mais activo… que envolva mulheres e um certo e determinado desflorar.

A beleza do filme é não ser 100% estúpido. Sim, aglomera sensualidade, doçura e lascívia, mas não descamba nos retratos standard do género. Alberga personagens pelas quais ambos os sexos simpatizam quase instantaneamente, interpretadas por actores bem talentosos na arte de gerar um belo ambiente de galhofa.


Os actores secundários fornecem alguns momentos cómicos, mas este é claramente o filme de Steve Carell, um dos melhores ladrões de cenas de sempre. O hilariante pivot de Jon Stewart em “The Daily Show” protagoniza os escassos momentos cómicos de “Bruce Almighty”, rapina um belo quinhão de gargalhadas em “Anchorman” e até em “Bewitched” faz uma perninha, dando um ar da sua graça. Com “The 40 Year Old Virgin” chegou finalmente o momento de brilhar como estrela principal. Estará à altura? E de que maneira! Se a performance de Carell fosse exibida no Louvre, a própria Mona Lisa deixaria de possuir um sorriso enigmático, pois a extremidade dos seus lábios ficaria a roçar nas orelhas e ficaríamos a saber qual o estado da sua dentição, tendo em conta os seus 500 anos.

No papel de Andy Stitzer, Steve Carell dá o definitivo salto de estarola suporte para líder jocoso com perícia e graciosidade. Se Andy Stitzer fosse representado demasiado pacóvio ou ingénuo, pouco haveria para o público se relacionar. Carell ministra o perfeito equilíbrio entre um ser assustado, sensível e com uma libido efervescente. Ele injecta uma profundidade inesperada à sua personagem, porque nunca o apresenta como um falhado, ou como alguém que sente pena de si próprio.

Na primeira metade, a comédia é algo previsível, mas constatamos como Andy não sente vergonha pelos passatempos e estilo de vida escolhidos. O seu único embaraço é o facto de ser virgem, graças às pressões de uma sociedade com uma atitude de sexo sem amor. Aqui é exposta uma crítica à sociedade vigente, onde pressões sexuais surgem em qualquer local, enxovalhando e vitimando cidadãos com imaculadas fundações afectivas, que privilegiem o acto sexual como um momento emblemático de intercâmbio espiritual e amoroso.
Carell e Apatow revelam noções sólidas na arquitectura de piadas e pegam numa premissa que em mãos menos competentes teria a profundidade de uma Bolacha Maria. “The 40 Year Old Virgin” é uma comédia sexual que acasala uma verdadeira ode ao companheirismo e amor da meia-idade. O filme não actua como um virgem acanhado, nem como um adolescente pseudo-garanhão com muita parra e pouca uva. Funciona como um amante libidinoso, que perpetua de forma fervorosa o seu dom pela noite dentro, sussurrando algo inteligente sobre amor na manhã seguinte. Infelizmente assemelha-se tecnicamente a um episódio televisivo, o desfecho é bastante previsível e o seu cariz não é propriamente virgem.
Site Meter