quarta-feira, agosto 03, 2005

A History of Violence

O hipnótico autor David Cronenberg apresentou o seu novo filme (“A History of Violence”) em Cannes, a 16 de Maio de 2005. O filme ainda não tem data de estreia prevista em Portugal, para grande infelicidade minha.

“A History of Violence” é a adaptação para cinema da banda desenhada homónima escrita por John Wagner, com desenhos de Vince Locke.
O filme apresenta Viggo Mortensen (Aragorn em “The Lord Of The Rings”) protagonizando Tom Stall, um pai de família cuja vida sofre uma alteração radical após matar dois agressores, num acto de legítima defesa, durante um jantar num restaurante. Stall torna-se herói para as gentes da sua pequena localidade, mas rumores do seu passado irão colocar em causa a fama alcançada.
Esta obra de Cronenberg é uma viagem aos velhos “fantasmas” do sonho americano, com uma ressonância universal. Trata-se de um filme que promove a ultra-responsabilidade, pois é uma discussão séria sobre a natureza da violência e o impacto desta na sociedade.
Do elenco, para além de Viggo Mortensen, contam igualmente Maria Bello (“Secret Window”) como esposa de Stall, William Hurt (“The Village”) e Ed Harris (“The Hours”).

David Cronenberg é um fenomenal autor de culto e apresenta uma magnífica trajectória profissional, merecedora de várias retrospectivas. Admiro a sua espantosa obra, desde os inaugurais e inventivos “Shivers” (1975) e “The Brood” (1979), passando pelos hipnóticos “Videodrome” (1983) e “The Dead Zone” (1983), pelos incompreendidos “Crash” (1996), “eXistenZ” (1999) e “Spider” (2002) e pelas arrepiantes Obras-Primas “Dead Ringers” (1988) e “The Fly” (1986).

A brilhante reputação do realizador canadiano foi sendo edificada ao longo dos anos, através de um impressionante currículo de películas. Obscuros objectos de desejo, sinistros automobilísticos, perseguições angustiosas, novas tecnologias e até intensos psico-dramas com toques freudianos e ressonâncias grotescas. Durante mais de três décadas, Cronenberg transfere plateias para os seus mundos bizarros. Felizmente, podemos sempre sair desses universos… a não ser que as nossas pernas estejam paralisadas com o medo.

6 Comments:

Blogger brain-mixer said...

Cronenberg não me entusiasma muito (à parte eXistenZ, que não foi incompreendido por mim...), mas pelo trailer, este filme parece-me ser mais contido e emocional. Não deve entrar muito numa de "experimental", como costuma fazer. Mas estou interessado em ver!

12:30 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Adoro Cronenberg e adorei "eXistenZ", apesar da febre gerada em torno de "The Matrix".

12:55 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

sofia: Não digas isso do Viggo, coitado do rapaz... existe muito melhor, mas até simpatizo com o moçoilo.

marcos: Estou curiosíssimo...

4:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Grande curiosidade a respeito deste filme. Cronenberg é um excelente realizador e o argumento tem muito por onde explorar (vai certamente por-nos a pensar muito...). Resta esperar pela data de estreia em Portugal. Continua a saga das adaptações da BD ao cinema... dependendo dos realizadoras, os resultados podem ser muito satisfatórios. A minha confiança em Cronenberg deixa-me optimista. :)

8:56 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Dizem que este é o filme mais comercial de Cronenberg, mas que também é um profundo objecto de estudo.
A ver vamos... mas quando?

11:18 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Obrigado pela visita André. ;)

8:44 da manhã  

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