sábado, março 17, 2007

O Expressionismo em Aronofsky


Fotograma de “Pi


Fotograma de “Requiem for a Dream


Fotograma de “The Fountain
Darren Aronofsky tempera o seu Cinema numa amálgama excepcional de perspectivas. Colhendo inspiração de amplas, diversas e distintas fontes, retenho o néctar que sorve do Expressionismo Alemão, destilando-o na sua (curta) filmografia de forma singular e perspicaz. Juntamente com Matthew Libatique (seu director de fotografia), comprime e deforma feições para ressaltar sentimentos, numa escavação temática de profundidades emocionais e psicológicas como o Amor, o medo, a solidão, o desamparo, a alienação, ou a angústia. Existe uma coerência imaculada no seu sentido imagético, que beneficia por vezes da utilização da bizarra Snorri-Cam (câmara firmada no corpo do actor), providenciando o auge da subjectividade para imergir o espectador no universo da personagem. Em “Pi” e “Requiem for a Dream”, esta técnica evidencia um arrojado Expressionismo Psicológico-Urbano, fortificando o isolamento existencial que transita nessas películas. Em “The Fountain”, Aronofsky demonstra graciosidade na manipulação de pequenos detalhes para amplificar temáticas incomensuráveis, conferindo grandes planos de olhos, lábios, dedos, poros da pele e pêlos do pescoço, enquanto sussurra «Está tudo bem». Ele invoca sentimentos em detrimento de conclusões abruptas. Transfigurando pilares de estrutura narrativa, este visionário edifica experiências sensoriais numa fluidez audiovisual que não estimula apenas os olhos e os ouvidos, mas também a Alma.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Muita paixão aí vai pelo The Fountain. Não ude estar presente no Fantasporto e quero vê-lo, mas pelos vistos o filme estreou em apenas duas salas em todo o país, por isso há que esperar que a estreia seja alargada.

Abraço

3:13 da tarde  
Blogger Gonçalo Trindade said...

O mais curioso é a forma como o expressionismo de Aronofsky vai variado de filme para filme, em termos de técnica. Em "The Fountain", o seu expressionismo caracteriza-se por magníficos close-ups, ângulos e movimentos de câmara visualmente incríveis (o movimento no qual a câmara se vai afastando, à medida que Tom vai subindo a Árvore da Vida, no início do clímax... simplesmente brilhante). E os próprios ambientes caracterizam a viagem espiritual de Thomas.

Com "The Fountain", Aronofsky revelou um estilo mais poético, mais belo. Ou seja, este realizador pode basicamente ser um génio em qualquer coisa que faça, seja ela uma obra de ficção científica, ou um thriller psicológico.

4:41 da tarde  
Blogger brain-mixer said...

Vi o The Fountain hoje (Sábado), estou sem palavras...
Um expressionista artista e que grande artista!
Não consigo perceber como foi vaiado e assobiado em alguns festivais...

9:02 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Fábio: Muita... muita paixão!

Abraço!

Gonçalo: Se dúvidas existiam, é a confirmação de um genial explorador da Sétima Arte.

Edgar: Nem eu. Mas cada cabeça, sua sentença.

8:55 da manhã  
Blogger Mari said...

Acho que Darren fez "The Fountain" estando em uma fase "apaixonado"! Faz sentido não? Casado com um filho a caminho! É nítido a presença do Amor, como não houve em Requiem ou em PI.
Acho que Rachel representa a luz no filme, mas também é a luz na vida dele! ;)

5:43 da manhã  
Blogger Francisco Mendes said...

Inquestionavelmente :)

10:06 da manhã  

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