segunda-feira, março 19, 2007

A geometria de "The Fountain"

Passado

Triângulo
Presente nas pirâmides Maias, na forma da lâmina do punhal do Conquistador e na perspectiva do carreiro de água da Árvore da Vida.


Presente

Rectângulo
Presente nos monitores, na mesa de trabalho, na cama do hospital, nas portas, nas janelas.


Futuro

Círculo
Presente na bolha que transporta o explorador, nos corpos celestes, na deflagração do clímax.

22 Comments:

Blogger P.R said...

Olá Francisco!
Bem estás a ganhar uma certa fixação pelo The Fountain ah? :) É sem dúvida um belíssimo filme!
Uma pergunta em relacao ao presente e ao futuro: são duas personagens ou é só uma? Ou seja, é o mesmo Tom ou é outra pessoa?

11:28 da manhã  
Blogger brain-mixer said...

Hella.... Não tinha reparado nesses pormenores! Francisco, diz-me lá quantas vezes já foste ver o filme?? :D

12:41 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Pedro: É uma Obra Magna, que queres que faça? ;)

Quanto à sua interpretação, obviamente tenho a minha e a cena em que a personagem de Jackman planta aquela semente é vital. Mas não pretendo acentuar a explicação detalhada do filme. Aconselho-te a ruminar um pouco nos múltiplos detalhes que o pululam e não precisas de o rever na tela para isso acontecer. Sente o filme... e terás todas as respostas que procuras.

Edgar: Apenas o vi no FANTAS e bastou tal visionamento para se impregnar em mim. A experiência foi brutal e os sentimentos que daí brotaram, acompanham-me até hoje. A linguagem de Aronofsky foi perfeitamente cristalina para mim, talvez por partilhar os exactos conceitos temáticos que derramou.

É difícil de explicar... só sei que sinto "The Fountain" como nunca senti outro filme.

Mas estejam descansados, que amanhã já não vos volto a massacrar com parte das meditações que o filme originou em mim. :)

1:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bem, o The Fountain tem vindo a dominar este blog :-) tenho mesmo que o ir ver, já que estou farto de ouvir falar dele e sempre bem.

Já agora: Abriu um fórum de cinema se estiveres interessado passa por lá: http://cineman.coresp.com/forum/portal.php

;-)

2:11 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Digamos que é um domínio que se impõe :)

9:39 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Gosto sempre de ver "dissecações" por quem as sabe fazer... :)

6:49 da tarde  
Blogger C. said...

Uma paixão assolapada :)

PS - acreditas que já o podia ter visto no início de Fevereiro e depois no Fantas... e ainda nã vi!

5:02 da manhã  
Blogger Francisco Mendes said...

Helena: São pequenas divagações... devaneios, vá lá... :)

Wasted: Acredito.
Mas se tivesse feito o mesmo, acredita que por esta altura já me auto-flagelava... ;)

9:57 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Devo ser dos poucos bloggers por estas bandas que não se entusiasmou com o filme...

De certo que tu, fã incondicional do filme, Francisco, não compreenderás tal razão mas... o que fazer? É um filme que está destinado a dividir gostos e opiniões...

Cumprimentos***

3:34 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Compreendo sempre todas as opiniões, desde que devidamente sustentadas, claro está. Como repito inúmeras vezes, a Arte é Supra-Pessoal e o seu impacto varia conforme a sensibilidade e experiência de cada espectador.

Cumprimentos.

9:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Palavras sábias, Francisco.

Os meus filmes de eleição, para os entender, em todos eles é necessária sensibilidade, mas neste, notei grande falta de um bom argumento e... bem... se quiseres conhecer a minha opinião completa, estás à vontade para te dirigires ao meu estabelecimento :P

Cumprimentos

5:30 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Já passei pelo teu estabelecimento :)

Cumprimentos.

8:59 da manhã  
Blogger André Carita said...

francisco, excelentes pormenores destes significantes estéticos! Brilhante conclusão! :)

Abraço!

5:02 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

E ainda existe muito... muito mais a descobrir e saborear neste filme.

Abraço!

9:00 da manhã  
Blogger BL said...

Sem querer limitar o filme ao que quer que seja porque a cada revisionamento este cresce, vou aproveitar aqui para expor a minha teoria. Vale o que vale, tenho conversado com outras pessoas que gostaram tanto do filme quanto eu e têm visões diferentes. Contém spoilers, se n viram o filme não leiam. Copiando o texto que está no meu blog:

"A dada altura, em "The Fountain", Isabel diz a Tomas: “you shall wear it when you find Eden, and when you return, I shall be your Eve”. ”O último capítulo” não é sobre a morte, é sobre vida e o amor eterno. Da Terra, num futuro longínquo, remanescem apenas os espíritos de Isabel e Tomas (este ainda apegado ao corpo) e uma árvore que simboliza a Vida. Juntos viajam pelo espaço num corpo celeste que está prestes a condensar-se até ao ponto em que explodirá (fenómeno conhecido como supernova). Toda aquela energia fará parte de um novo ciclo de vida. As tatuagens no braço de Tomas simbolizam todo o seu sofrimento. Através dele, Tomas está prestes a ascender à lucidez suprema. Pronto para consumar o derradeiro sacrifício e abandonar para sempre o seu corpo passado, Tomas atinge a plenitude e é então que projecta todo o amor que sente por Isabel no infinito, para a eternidade. Juntos, algures onde Isabel será a sua Eva, eles iniciarão um novo ciclo de vida (um conselho, vejam os créditos até ao fim). Sem concessões, “The Fountain” encerra em si o poder supremo do Cinema."

2:14 da manhã  
Blogger Francisco Mendes said...

Que visão magnífica, constatar como o culto deste filme magno cresce, apesar do país apenas o ter presenteado com três salas. Haja Luz (por mínima que seja) na Escuridão reinante.

9:30 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Boas...
Pareceu-me que Tom, ao fazer as tatuagens concentricas em torno dos braços, estaria a imitar os aneis de crescimento das árvores, tornando-se assim ele tambem uma árvore da vida. A primeira tatuagem seria como o ano 0 de uma nova vida/pessoa.
Fiquem bem..

5:43 da tarde  
Blogger Mari said...

Perdoe-me os spoilers.

Francisco, fiquei curiosa com sua frase “...a cena em que a personagem de Jackman planta aquela semente é vital.”

Essa com certeza é a cena chave pra mim, onde o círculo se completa, onde Tom atinge a plenitude, onde o sonho de passado de Izzie e o sonho de futuro de Tom se fundem no presente de paz.

Izzie é sonhadora, romântica, seu livro retrata o passado como uma raiz, a origem para o presente.

Aqui sei que divirjo da visão de Darren, onde o futuro é real. Mas tomo a liberdade de ter minha própria. Tom é cientista. Seu devaneio só poderia ser no futuro, obcecado pela busca da “cura” da morte e de certa forma exacerbado pelo seu “ego” de homem da ciência.

Mas ao plantar a árvore ele finalmente entende, a morte é a continuação da vida. Algo inevitável e necessário para que a vida como um todo se perpetue.

E por isso não considero o filme como uma ficção científica, já que entendo a parte do futuro como um devaneio do cientista do presente.

***

Saudações de sua mais nova fã brasileira! :D

11:54 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Seja muito bem-vinda! :)

9:09 da manhã  
Blogger geração espontânea said...

Eu digo que esse filme é pra poucos! Achei um dos melhores filmes que já vi, mas é um pouco complexo, tenho que assistir varias vezes para perceber detalhes que fazer diferença

5:50 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Uma autêntica experiência de vida!

11:27 da manhã  
Anonymous Alberto said...

Francisco
Eu assisti este filme inúmeras vezes, acredito que os três períodos se fundem, Tomas ao beber da seiva da Árvore da Vida, encontra o caminho para muitas vidas. Tom ao tentar encontrar a cura para Izzi e ao plantar a semente em seu túmulo, faz a ligação com o viajante do espaço na certeza de que conseguiu vencer a morte e tenta encontrar na estrela moribunda Xibalba a oportunidade de reviver sua amada. Gostaria de colocar seu Blog como link no meu se ´me permite.

Um abraço!
Alberto

3:34 da manhã  

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