O fim do ciclo de Besson
Luc Besson anunciou que o seu próximo filme, “Arthur et les Minimoys”, representa o seu último projecto na cadeira de realizador. O cineasta francês declarou que a sua intenção é dedicar-se a projectos cívicos, como a criação de uma fundação para apoiar jovens que habitam nos depressivos subúrbios franceses. A atitude de Besson é nobre, mas apesar da menor qualidade dos seus filmes recentes, este é um cineasta que teve um arranque de carreira bastante promissor. Da sua extensa filmografia, retenho cinco filmes: "Le Dernier Combat", "Subway", "Le Grand Bleu", "Nikita" e "Léon". As personagens destes filmes têm realidades comuns: solidão ou rejeição social (lá está, a eterna preocupação social do realizador francês). Besson explora mundos extremos e ambíguos, desafiando as convencionais visões sociais do certo e errado. O extremismo obscuro destes universos encaminha para uma inolvidável luminosidade. É no centro deste conflito entre personagens e sociedades, que experimentamos admiráveis observações sobre a vida, moralidade e individualidade. Simbolicamente poético, "Le Dernier Combat" (o meu filme de culto de Besson), estabeleceu o padrão para a tapeçaria que o francês foi cosendo ao longo da melhor fase do seu repertório. Assentes numa sociedade pós-apocalíptica em desintegração moral, meditámos sobre a integridade de potenciais heróis e visionamos o ser humano questionando o seu lugar na sociedade. Resta desejar imensas felicidades ao Homem que disse um dia: «O Cinema nunca salvou a vida de alguém, nem representa um medicamento para impedir a morte. É apenas uma aspirina».
13 Comments:
Leon. É a obra que fica como o auge da sua carreira.
Que filmaço!
É realmente brilhante. Mas prefiro "Le Dernier Combat"... pouco conhecido, por sinal.
Le Dernier Combat foi o primeiro filme que vi de Besson. Vinha premiado do Avoriaz e passou no Fantasporto. Fiquei de imediato apanhadinho (ou não fosse um FC geek) e a partir daí fui seguindo atentamente a obra deste senhor. Não posso dizer que me tenha sempre satisfeito, e nos últimos tempos então como produtor deixou-me bastantes saudades dos tempos aúreos de Le Grand Bleu que para mim tem um significado muito especial, principalmente aquele final em que, aparentemente, o protagonista decide abandonar a vida terrena para seguir a sua paixão pelo mundo submarino até às últimas consequências.
Quanto a Le Dernier Combat coloco-o no meu top cinco (que penso que algures neste blog já divulguei) muito perto de Five de Arch Oboler essa outra obra-prima do cinema de FC e curiosamente também filmada a p/b.
Plá camarada amigo!
um happy-end à francesa, à europeu...
fica sempre bem!
A Luc Benson, um feliz futuro na ajuda ao próximo.
Abraço
RPM
Amei Léon mas a minha obra favorita de Besson é Le Grand Bleu. Um verdadeiro mundo.
Um abraço Francisco.
Thanatos: Muito bom gosto.
Rui: Ora viva camarada.
Continua a explorar o Poeta da Perda, Wong Kar-wai.
Abraço!
Knoxville: Surreal... mágico... magnífico! Um conto trágico de amor e amizade, esperança e desespero, vida e morte. Mais do que uma deslumbrante viagem aquática, mergulhamos num oceano de conflitos emocionais, ao som da magistral banda sonora do sublime Eric Serra (na versão original europeia).
Abraço!
Luc Besson sempre disse que iria realizar apenas um pequeno número de filmes, já que sempre ele teve a oportunidade de fazer apenas os filmes que desejasse. Como não queria correr o risco de fazer algum mau filme, decidiu fazer apenas os filmes que achasse dignos de passar a mensagem que ele queria passar ao mundo. Imagino que, com “Arthur et les Minimoys”, essa mensagem fica completa.
Luc Besson é, de facto, um bom realizador, escritor, e produtor.
Nos filmes que realizou, conseguiu sempre manter um bom nível de qualidade. O mais recente filme dele, Angel-A, é uma bela fábula contemporânea que mostra que Besson sempre foi um realizador talentoso.
Tenho a certeza que “Arthur et les Minimoys” será um final adequado á sua carreira.
Esperemos que sim. Afinal de contas, "Arthur et les Minimoys" é o seu bebé.
Eu vi Le Dernier Combat há já muitos(íssimos) anos. Não me convenceu... Talvez se o voltar a ver agora possa mudar de ideias.
do amigo Língua Morta que me ofereceu esta anedota....
vê se gostas!
abraço grande...amanhã vou para Oz, mas com direito a publicação diária. lolool Ensinaste o caminho e agora....
aí vai:
"Era uma vez um português, cuja fluência na língua inglesa deixava muito a desejar, que foi passar duas semanas a Londres. Alugou um carro: Ford Mondeo cinza. À saída do supermercado, distraíu-se e tentou abrir a porta de outro Ford Mondeo cinza. A estridência do alarme logo atraiu os seguranças do supermercado.
- My car! Este é my car!
- No, sir! This is NOT your car!
- But... but...
- This car isn`t yours! This is another car! A wrong car!
- Wong kar? Wai? "
abraço de grande amizade, Francisco
RPM
Edgar: Nada como experimentar...
Rui: Aí está uma chalaça com o seu quê de jocoso. (Já a tinha lido na tua caixa de comentários).
Vai lá para Oz, vai. Diverte-te.
Abraço amigo!
O Luc é um visionário e tenho muita pena...
Também eu... se bem que os últimos projectos tenham deixado muito a desejar.
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