terça-feira, setembro 12, 2006

O fim do ciclo de Besson

Luc Besson anunciou que o seu próximo filme, “Arthur et les Minimoys”, representa o seu último projecto na cadeira de realizador. O cineasta francês declarou que a sua intenção é dedicar-se a projectos cívicos, como a criação de uma fundação para apoiar jovens que habitam nos depressivos subúrbios franceses. A atitude de Besson é nobre, mas apesar da menor qualidade dos seus filmes recentes, este é um cineasta que teve um arranque de carreira bastante promissor. Da sua extensa filmografia, retenho cinco filmes: "Le Dernier Combat", "Subway", "Le Grand Bleu", "Nikita" e "Léon". As personagens destes filmes têm realidades comuns: solidão ou rejeição social (lá está, a eterna preocupação social do realizador francês). Besson explora mundos extremos e ambíguos, desafiando as convencionais visões sociais do certo e errado. O extremismo obscuro destes universos encaminha para uma inolvidável luminosidade. É no centro deste conflito entre personagens e sociedades, que experimentamos admiráveis observações sobre a vida, moralidade e individualidade. Simbolicamente poético, "Le Dernier Combat" (o meu filme de culto de Besson), estabeleceu o padrão para a tapeçaria que o francês foi cosendo ao longo da melhor fase do seu repertório. Assentes numa sociedade pós-apocalíptica em desintegração moral, meditámos sobre a integridade de potenciais heróis e visionamos o ser humano questionando o seu lugar na sociedade. Resta desejar imensas felicidades ao Homem que disse um dia: «O Cinema nunca salvou a vida de alguém, nem representa um medicamento para impedir a morte. É apenas uma aspirina».

13 Comments:

Blogger brain-mixer said...

Leon. É a obra que fica como o auge da sua carreira.
Que filmaço!

3:38 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

É realmente brilhante. Mas prefiro "Le Dernier Combat"... pouco conhecido, por sinal.

4:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Le Dernier Combat foi o primeiro filme que vi de Besson. Vinha premiado do Avoriaz e passou no Fantasporto. Fiquei de imediato apanhadinho (ou não fosse um FC geek) e a partir daí fui seguindo atentamente a obra deste senhor. Não posso dizer que me tenha sempre satisfeito, e nos últimos tempos então como produtor deixou-me bastantes saudades dos tempos aúreos de Le Grand Bleu que para mim tem um significado muito especial, principalmente aquele final em que, aparentemente, o protagonista decide abandonar a vida terrena para seguir a sua paixão pelo mundo submarino até às últimas consequências.

Quanto a Le Dernier Combat coloco-o no meu top cinco (que penso que algures neste blog já divulguei) muito perto de Five de Arch Oboler essa outra obra-prima do cinema de FC e curiosamente também filmada a p/b.

5:32 da tarde  
Blogger RPM said...

Plá camarada amigo!

um happy-end à francesa, à europeu...

fica sempre bem!

A Luc Benson, um feliz futuro na ajuda ao próximo.

Abraço

RPM

6:19 da tarde  
Blogger Carlos M. Reis said...

Amei Léon mas a minha obra favorita de Besson é Le Grand Bleu. Um verdadeiro mundo.

Um abraço Francisco.

6:59 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Thanatos: Muito bom gosto.

Rui: Ora viva camarada.

Continua a explorar o Poeta da Perda, Wong Kar-wai.

Abraço!

Knoxville: Surreal... mágico... magnífico! Um conto trágico de amor e amizade, esperança e desespero, vida e morte. Mais do que uma deslumbrante viagem aquática, mergulhamos num oceano de conflitos emocionais, ao som da magistral banda sonora do sublime Eric Serra (na versão original europeia).

Abraço!

7:16 da tarde  
Blogger Gonçalo Trindade said...

Luc Besson sempre disse que iria realizar apenas um pequeno número de filmes, já que sempre ele teve a oportunidade de fazer apenas os filmes que desejasse. Como não queria correr o risco de fazer algum mau filme, decidiu fazer apenas os filmes que achasse dignos de passar a mensagem que ele queria passar ao mundo. Imagino que, com “Arthur et les Minimoys”, essa mensagem fica completa.

Luc Besson é, de facto, um bom realizador, escritor, e produtor.

Nos filmes que realizou, conseguiu sempre manter um bom nível de qualidade. O mais recente filme dele, Angel-A, é uma bela fábula contemporânea que mostra que Besson sempre foi um realizador talentoso.

Tenho a certeza que “Arthur et les Minimoys” será um final adequado á sua carreira.

7:45 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Esperemos que sim. Afinal de contas, "Arthur et les Minimoys" é o seu bebé.

9:02 da tarde  
Blogger brain-mixer said...

Eu vi Le Dernier Combat há já muitos(íssimos) anos. Não me convenceu... Talvez se o voltar a ver agora possa mudar de ideias.

11:03 da tarde  
Blogger RPM said...

do amigo Língua Morta que me ofereceu esta anedota....

vê se gostas!

abraço grande...amanhã vou para Oz, mas com direito a publicação diária. lolool Ensinaste o caminho e agora....

aí vai:

"Era uma vez um português, cuja fluência na língua inglesa deixava muito a desejar, que foi passar duas semanas a Londres. Alugou um carro: Ford Mondeo cinza. À saída do supermercado, distraíu-se e tentou abrir a porta de outro Ford Mondeo cinza. A estridência do alarme logo atraiu os seguranças do supermercado.
- My car! Este é my car!
- No, sir! This is NOT your car!
- But... but...
- This car isn`t yours! This is another car! A wrong car!
- Wong kar? Wai? "

abraço de grande amizade, Francisco

RPM

12:44 da manhã  
Blogger Francisco Mendes said...

Edgar: Nada como experimentar...

Rui: Aí está uma chalaça com o seu quê de jocoso. (Já a tinha lido na tua caixa de comentários).

Vai lá para Oz, vai. Diverte-te.

Abraço amigo!

9:15 da manhã  
Blogger Dora said...

O Luc é um visionário e tenho muita pena...

12:27 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Também eu... se bem que os últimos projectos tenham deixado muito a desejar.

2:23 da tarde  

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