I am not a number
“The Prisoner” é uma das minhas séries televisivas de culto. Criada em 1967 por Patrick McGoohan e George Markstein possui 17 episódios que decorreram entre Outubro de 67 e Fevereiro de 68 em território britânico. Ultimamente, surgiram rumores que garantem Christopher Nolan (“Memento”, “Insomnia”) como realizador de uma possível adaptação cinematográfica com um argumento redigido por David e Janet Peoples (“Twelve Monkeys”).
A questão que os fiéis leitores deste humilde recanto da blogosfera poderiam colocar não deveria ser «Que tem esta série de tão especial?», mas «como descrever sucintamente o fascínio que provoca?». A misteriosa série mescla de forma inebriante questões de identidade, liberdade, tecnologia, democracia, progresso e arte, resultando num drama viciante. McGoohan interpreta Number Six, um ex-agente secreto britânico, que após apresentar a sua demissão acaba sequestrado e aprisionado numa isolada comunidade costeira conhecida como The Village. Ao longo dos 17 episódios, seguiremos o atrito surreal entre o protagonista e as forças sem rosto desta comunidade Kafkaesca. Apesar de originar um sólido thriller de espionagem, a série prospera densamente na conexão de temas culturais e atmosferas excêntricas que lhe conferem vibrações de boa Ficção Científica. Com uma storyline peculiar, onde marcam presença temas de hipnose, alucinações, controlo mental e manipulações utópicas, “The Prisoner” culmina magistralmente com “Fall Out”, o controverso e derradeiro episódio. Graças ao brilhante último terço, obscuro, sem diálogo e aberto a múltiplas interpretações, a produtora recebeu inúmeras queixas da vasta e fiel legião de espectadores, que exigia um final compreensível, respondendo claramente a todas as questões geradas na mente do público. McGoohan viu-se inclusivamente forçado a desaparecer por um período de tempo, pois o público-que-necessita-de-manual-de-instruções-para-viver cercava a sua residência reclamando elucidações.
6 Comments:
Nunca tinha ouvido falar de nada disto! Obrigado pela informação ;)
E quando falavas sobre a série, cada vez mais a associava a LOST... Parece ter os mesmos ingredientes.
Sem dúvida... digamos que foi o "Lost" da década de 60.
Tenta arranjar a série... contém imensos ingredientes Brain-Mixer.
Como o edgar, também nunca tinha ouvido falar desta série.
Ultimamente tenho-me interessando mais por séries do que propriamente com os filmes que passam no cinema!
Onde a poderei arranjar?
Um abraço!
Podes adquirir esta relíquia via-Amazon.
Abraço André!
Quando era jovem (há quanto tempo atrás :-)) via a série na RTP e esperava sempre ansiosamente pelos vindouros episódios. Mas não estará algo datada para os «gostos» do século XXI?
Para os meus não está... e só a vi há uns anitos.
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