terça-feira, abril 25, 2006

O Salvador, segundo Cameron



Numa convenção em Las Vegas, James Cameron reafirmou a sua conjectura de tempestade digital, defendendo que o D-Cinema é a resposta à quebra de receitas e à pirataria. O realizador do filme mais rentável de sempre, declarou que nos últimos anos tem escavado a tecnologia 3-D, porque defende ser a forma revolucionária que poderá entusiasmar o público, afastando-os dos seus aparelhos portáteis e seduzindo-os para uma experiência poderosa, no interior de uma sala de Cinema.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tenho acompanhado com alguma trepidação a tendência de Cameron para querer revitalizar o 3-D. Sei que correndo o risco de parecer um velho do Restelo gostaria de deixar claros os meus pontos de vista sobre esta tecnologia *tal como ela existe hoje*: para mim a verdadeira experiência do Cinema não passa pela sofisticação dos meios e dos formatos mas sim e acima de tudo pela qualidade da matéria fílmica per se. Ou seja sem uma boa história, sem boas interpretações, sem boa mise-en-scene não poderá haver artificialismo que salve um filme. Um exemplo disso é a recente trilogia Star Wars que contando com meios tecnológicos impensáveis nos finais da década de 70 mesmo assim não logrou ultrapassar o encanto e o sense of wonder da trilogia original. Muitos filmes tive contacto com eles apenas ou em primeira mão pelo pequeno ecrã dum televisor e não é por isso que os considero menores, exemplos como "Touch of Evil" do Welles ou "Sunset Boulevard" que ainda hoje fazem parte da minha lista de filmes favoritos.

Quanto à tecnologia e se ela continuar a implicar o uso de óculos não acredito que vá ter aceitação do grande público, tal como o Sensarround e o 3-D das décadas de 70 não tiveram. Claro que as tecnologias evoluem e o Sensarround foi o precursor de sistemas sonoros como o Dolby Digital em 8 canais, daí eu acreditar que o 3-D desde que bem investigado ainda venha a fazer parte da nossa realidade neste primeiro quartel do século XXI. Agora se ele será a «salvação» do cinema-espectáculo como pretende Mr. cameron, isso já é outra guerra.

12:02 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Partilho grande parte do teu raciocínio. Não encaro o 3-D como a salvação, mas acredito que sejo o próximo passo, obviamente sem descurar sólidos alicerces
(bom argumento, encenação, interpretações... e por aí adiante), sem os quais não existe projecto que vingue.

Todavia, antevejo que seja um passo bem firme em direcção ao futuro, sem os solavancos (literais inclusive) do Sensurround. Respeito imenso a opinião de Cameron, pois representa um daqueles raros cineastas que aparenta percepcionar os desejos das plateias, abrangendo um vasto rol de sensibilidades.

12:47 da tarde  
Blogger RPM said...

pois......
será uma outra ideia......
mas a pirataria e outros meios de tirar público à sala de cinema nunca terminará...
eu fui educado a ver filmes em ecrãn total...e ver filmes na TV não me satisfaz nem DVD em casa tenho....
gostos....
vou ao cinema, sou um viciado em cinema e não troco uma sala por um cinema em casa.....

RPM

8:26 da tarde  
Blogger Francisco Mendes said...

Também não troco uma sala de Cinema por um leitor de DVD, mas que poderemos fazer perante um clássico ou uma obra que sai directamente para esse formato, sem direito a projecção na Grande Tela?

Ainda há semanas "Dare mo shiranai" de Koreeda não estreou numa única (!!) sala portuense...

9:13 da tarde  
Blogger brain-mixer said...

Uau! Eu apoio totalmente o Cameron: O cinema deve ser uma "sala de ritual"

8:55 da manhã  
Blogger Francisco Mendes said...

Edgar: "Sala de Ritual"... simpatizo com essa denominação.

Nuno: Como consequência de qualquer passo ambicioso, poderão existir tropeções ou saltos qualitativos.
Tudo isto são meras conjecturas, pois o futuro encontra-se vendado...
Abraço!

11:39 da manhã  

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