Costa dentro, Aronofsky fora
Foram definitivamente confirmados os filmes que irão a concurso na 59ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes, que decorre entre os dias 17 e 28 de Maio de 2006. O grande destaque será dado às produções europeias (11 no total) e concorrendo à Palma de Ouro encontra-se (para grande orgulho nosso), “Juventude em Marcha” de Pedro Costa (“Ossos”, “No quarto de Vanda” e “O Sangue”). A completar a representação portuguesa, foram seleccionados para a Quinzena dos Realizadores “Transe”, a quinta longa-metragem de Teresa Villaverde e “Rapace”, a curta-metragem de João Nicolau.
Em relação a expectativas pessoais, “The Fountain” de Darren Aronofsky fica de fora, mas em contrapartida “Southland Tales” de Kelly, “Babel” de Iñárritu e “El Laberinto del Fauno” de Guillermo del Toro integram o lote de filmes em competição. O alinhamento final deixou de fora o filme que aguardo mais impacientemente, mas não ficou esclarecido se a decisão foi tomada pelo próprio Aronofsky (e respectiva produtora) ou pelo comité de Cannes. Seja como for, aqui fica a Selecção oficial a competição:
“Volver”, de Pedro Almodóvar
“Il Caimano”, de Nanni Moretti
“L'amico di famiglia”, de Paolo Sorrentino
“The Wind that Shakes the Barley”, de Ken Loach
“Selon Charlie”, de Nicole Garcia
“Flandres”, de Bruno Dumont
“Quand j'étais chanteur”, de Xavier Giannoli
“Days of Glory”, de Rachid Bouchareb
“The Weakest Is Always Right”, de Lucas Belvaux
“Marie-Antoinette”, de Sofia Coppola
“Babel”, de Alejandro González Iñárritu
“Les Climats”, de Nuri Bilge Ceylan
“Juventude em Marcha”, de Pedro Costa
“El Laberinto del Fauno”, de Guillermo del Toro
“Lights at the Edge of the City”, de Aki Kaurismaki
“Red Road”, de Andrea Arnold
“Southland Tales”, de Richard Kelly
“Fast Food Nation”, de Richard Linklater
“Summer Palace”, de Lou Ye
Em relação a expectativas pessoais, “The Fountain” de Darren Aronofsky fica de fora, mas em contrapartida “Southland Tales” de Kelly, “Babel” de Iñárritu e “El Laberinto del Fauno” de Guillermo del Toro integram o lote de filmes em competição. O alinhamento final deixou de fora o filme que aguardo mais impacientemente, mas não ficou esclarecido se a decisão foi tomada pelo próprio Aronofsky (e respectiva produtora) ou pelo comité de Cannes. Seja como for, aqui fica a Selecção oficial a competição:
“Volver”, de Pedro Almodóvar
“Il Caimano”, de Nanni Moretti
“L'amico di famiglia”, de Paolo Sorrentino
“The Wind that Shakes the Barley”, de Ken Loach
“Selon Charlie”, de Nicole Garcia
“Flandres”, de Bruno Dumont
“Quand j'étais chanteur”, de Xavier Giannoli
“Days of Glory”, de Rachid Bouchareb
“The Weakest Is Always Right”, de Lucas Belvaux
“Marie-Antoinette”, de Sofia Coppola
“Babel”, de Alejandro González Iñárritu
“Les Climats”, de Nuri Bilge Ceylan
“Juventude em Marcha”, de Pedro Costa
“El Laberinto del Fauno”, de Guillermo del Toro
“Lights at the Edge of the City”, de Aki Kaurismaki
“Red Road”, de Andrea Arnold
“Southland Tales”, de Richard Kelly
“Fast Food Nation”, de Richard Linklater
“Summer Palace”, de Lou Ye
15 Comments:
Excelente cartaz!
P.S.: Já agora o título tem o nome de Aronofsky mal grafado...
Muito obrigado por me teres apontado o erro de datilografia.
Também gosto do cartaz, mas apreciaria ainda mais a inclusão de Aronofsky. Já agora, se me permites a questão, que opinião tens sobre o referido cineasta?
Opinião altissíma e uma enorme curiosidade em descobrir o que me espera em "The Fountain".
Uma das minhas grandes penas é que a edição em DVD de Pi não seja anamórfica fazendo jus ao estatuto de culto do filme. É um filme deveras interessante e que levanta questões do foro filosófico que poucos cineastas se atrevem a explorar hoje em dia (tirando honrosas excepções como por exemplo Lynch) como seja a hipótese de ser a matemática uma linguagem universal ipso facto.
O posterior "Requiem for a Dream" apenas confirma a genialidade de Aronofsky patente na brutalidade com que investe contra o espectador as imagens cruas da desagregação mental das personagens e da espiral de decadência que as vai a pouco e pouco consumindo na voragem dos sonhos perdidos.
Thanatos: Volto a pactuar com um juízo formado pela sua sagacidade. Aliás, perspicácia é algo que emana em cada linha por si redigida… estejamos em concordância, ou não. Mea culpa, pelos erróneos juízos iniciais.
Em “Pi”, Aronofsky propõe-se a esquadrinhar a obsessão humana. Como escrevinhei certo dia: quantos cineastas possuem instintos cinematográficos que transformam o simples acto de uma pessoa escrevinhando números, numa cena barricada com uma tensão concentradíssima. Aprecio igualmente a adopção da bizarra Snorri-Cam, providenciando o auge da subjectividade para imergir o espectador no universo caótico da personagem, impregnando-o como um sonho febril.
“Requiem for a Dream” é (entre muitas outras conjunturas) a demonstração concludente do fascínio de Aronofsky pela representação espiral, seja ela física/visível ou anímica, patente na inquietante viagem às funduras do desespero e da auto-destruição. Este foi o filme que definitivamente criou em mim, um fascínio profundo pelo autor em questão. É um dos filmes da minha vida, aquele que me proporcionou um dos supinos momentos experimentados no refúgio de uma sala de Cinema. Quando despertei da expedição emocional, dias após a conclusão do seu visionamento, assimilei cabalmente o elevado nível de audácia, bravura e engenho de Darren Aronofsky.
Nuno: Partilho um pouco das tuas suspeitas, mas admito igualmente que gostei da consistência temática entre os filmes eleitos. «Choro» a ausência/adiamento da obra de Aronofsky, mas regozijo com a presença de Pedro Costa.
Creio que será um ano de mudança, mas isto é mera especulação pessoal.
Cumprimentos Nuno.
Esse fascínio pela tua amada Sofia... ;)
Cumprimentos.
Miguel: Estive a pensar melhor... E que tal efectuarmos a viagem uma semana mais cedo? Para sentir o pulsar do ambiente. Que tal? ;)
Abraço!
Nuno: Também já me passou pela cabeça. Lá estou eu com as piadas mórbidas...
fui ver, hoje, o filme de sam mendes Jearhead e vim depois à procura de informação musical porque a banda sonora é boa...o restante é dejá vú (american beauty versão guerra do golfo)...
apareceu-me este blogue, muito interessante que o 'agarrei'. Estarei atento...
reparei na selecção para Cannes....mais do mesmo, ou seja, modernidade e algum enfant-terrible para dar ar de Cannes
RPM
Notei que David Lynch não estará presente com o seu INLAND EMPIRE! Estreia adiada?? UrgggGGz!!!
RPM: Obrigado pela visita.
É uma selecção europeia, mas os filmes estrangeiros parecem-me apetecíveis...
A confirmar no visionamento.
Edgar: É a confirmação das cogitações que surgiram há umas semanas. Infelizmente.
Lista bem interessante, apesar da ausência de Lynch, Aronofsky e Coppola (pai)!
Helena, Wasted Blues e Mário... todos de acordo. É uma lista bem interessante.
Da qualidade dos filmes não podemos falar, pelo menos eu, uma vez que não vi nenhum.
Mas em relação à qualidade de (quase) todos os realizadores não há nada a apontar. São (quase) todos de primeiro calibre.
Agora quem vai ganhar temos de esperar por Cannes.
Francisco vais mesmo a Cannes???
Ou tás a mangar com o pessoal???
Estou (quase) lá???
Abraço e vemo-nos em Cannes (sim, sim...)
Um Português na Competição Oficial.
Muito bem mesmo. Para nós é uma grande vitória mas ainda maior para o Pedro Costa.
Força Pedro tou contigo
Todos os Pedros estão contigo
Infelizmente estou a reinar... ;)
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