"Constantine", de Francis Lawrence
Class.:
Como arremessar um potencial Film-Noir para a sarjeta escura do Inferno.
Baseado na banda desenhada “Hellblazer” da DC Comics/Vertigo, “Constantine” é a história de um exorcista/detective sobrenatural John Constantine (Keanu Reeves), que literalmente atravessou o Inferno. Quando Constantine forma parelha com Angela Dodson (Rachel Weiz) para resolver o misterioso suicídio da sua irmã, a sua investigação intercala-os num mundo de anjos e demónios.
Está em voga a adaptação de “comics” para a grande tela. E exceptuando os dois “Batman” de Tim Burton e os dois “Spiderman” de Sam Raimi (quanto a mim estes dois realizadores elevaram as respectivas adaptações a um nobre patamar cinematográfico), as adaptações de BD’s americanas têm difamado e enxovalhado os heróis dos quadradinhos. “Constantine” é baseado numa BD na qual John Constantine é um loiro inglês (inspirado em Sting) que fuma imenso. Na transposição para cinema Constantine tem cabelo preto, é americano, usa um fatinho à “Reservoir Dogs” e até masca pastilha de nicotina (sacrilégio!! Clamam alguns). Apenas um em mil poderá protestar acerca destas alterações que visam claramente o lucro e pessoalmente fico agradecido por não ter escutado Reeves com pronúncia inglesa (como em “Dracula” de Coppola), mas o que dirão os fãs da BD?
Francis Lawrence é um famoso realizador de videoclips MTV, tendo já trabalhado com Timberlake, Spears, Janet Jackson. A visão do inferno em CGI é um momento engraçado no qual o realizador projecta o seu background estético. O realizador teve enorme mérito em reconhecer os limites de Keanu Reeves e colocá-lo no maior número de confrontos físicos com demónios e oferecendo-lhe o menor rol de diálogos possíveis. Mas pessoalmente, o melhor momento do filme tem a ver com a cena que envolve a entrada de Constantine no clube de “Half-Breeds” de Papa Midnite (Djimon Hounsou) ao som de “Passive” dos A Perfect Circle (preciso apelar às minhas predilecções musicais para encontrar aspectos relevantes no filme). “Constantine” contém na sua essência alguns excelentes elementos “dark”, no entanto o filme é uma obnóxia narrativa, repleta de incongruências, uma mistura abrupta de ideias vagas e despropositadas.
Todos os bons e memoráveis filmes de fantasia oferecem um portal para o fantástico à audiência. Em “The Wizard Of Oz”, “Star Wars”, “The Matrix” e “Lord Of The Rings” (por exemplo) somos parte integrante numa mítica jornada pelo desconhecido, acompanhando inocentes personagens desbravando mundos novos. “Constantine” é o exemplo de filme que apesar de poder ser considerado entretenimento, é no meu entender entretenimento medíocre. John Constantine ingressa e regressa do Inferno e o problema é que a audiência fica cá fora, entregue a si própria sem saborear as potencialidades cinematográficas.
Como arremessar um potencial Film-Noir para a sarjeta escura do Inferno.
Baseado na banda desenhada “Hellblazer” da DC Comics/Vertigo, “Constantine” é a história de um exorcista/detective sobrenatural John Constantine (Keanu Reeves), que literalmente atravessou o Inferno. Quando Constantine forma parelha com Angela Dodson (Rachel Weiz) para resolver o misterioso suicídio da sua irmã, a sua investigação intercala-os num mundo de anjos e demónios.
Está em voga a adaptação de “comics” para a grande tela. E exceptuando os dois “Batman” de Tim Burton e os dois “Spiderman” de Sam Raimi (quanto a mim estes dois realizadores elevaram as respectivas adaptações a um nobre patamar cinematográfico), as adaptações de BD’s americanas têm difamado e enxovalhado os heróis dos quadradinhos. “Constantine” é baseado numa BD na qual John Constantine é um loiro inglês (inspirado em Sting) que fuma imenso. Na transposição para cinema Constantine tem cabelo preto, é americano, usa um fatinho à “Reservoir Dogs” e até masca pastilha de nicotina (sacrilégio!! Clamam alguns). Apenas um em mil poderá protestar acerca destas alterações que visam claramente o lucro e pessoalmente fico agradecido por não ter escutado Reeves com pronúncia inglesa (como em “Dracula” de Coppola), mas o que dirão os fãs da BD?
Francis Lawrence é um famoso realizador de videoclips MTV, tendo já trabalhado com Timberlake, Spears, Janet Jackson. A visão do inferno em CGI é um momento engraçado no qual o realizador projecta o seu background estético. O realizador teve enorme mérito em reconhecer os limites de Keanu Reeves e colocá-lo no maior número de confrontos físicos com demónios e oferecendo-lhe o menor rol de diálogos possíveis. Mas pessoalmente, o melhor momento do filme tem a ver com a cena que envolve a entrada de Constantine no clube de “Half-Breeds” de Papa Midnite (Djimon Hounsou) ao som de “Passive” dos A Perfect Circle (preciso apelar às minhas predilecções musicais para encontrar aspectos relevantes no filme). “Constantine” contém na sua essência alguns excelentes elementos “dark”, no entanto o filme é uma obnóxia narrativa, repleta de incongruências, uma mistura abrupta de ideias vagas e despropositadas.
Todos os bons e memoráveis filmes de fantasia oferecem um portal para o fantástico à audiência. Em “The Wizard Of Oz”, “Star Wars”, “The Matrix” e “Lord Of The Rings” (por exemplo) somos parte integrante numa mítica jornada pelo desconhecido, acompanhando inocentes personagens desbravando mundos novos. “Constantine” é o exemplo de filme que apesar de poder ser considerado entretenimento, é no meu entender entretenimento medíocre. John Constantine ingressa e regressa do Inferno e o problema é que a audiência fica cá fora, entregue a si própria sem saborear as potencialidades cinematográficas.
22 Comments:
Para além de ter criado o videoclip de 'Never Be The Same Again' de Melanie C com a Left-Eye (que é um dos meus vídeos preferidos de Lawrence), revelou um óptimo trabalho em 'Constantine', que gostei bastante. Apesar de não ser uma obra prima, são, como apontas, duas boas horas de entretenimento.
:\ Torço mt o nariz a este filme...
Eu também não gostei muito do filme. É daqueles que vi mas não vou rever. Não conheço a BD que lhe deu origem por isso nada sei sobre a relação entre as duas. Quanto ao filme, não me apeteceu sair a meio mas também não me apetece revê-lo.
Gosto do facto de fazeres referência mesmo aqueles filmes ou realizadores que cujo trabalho não aprecias. Very ecletic, yes sir.
André: Já soube acerca da sequela e o meu comentário é... cruzes credo! :|
Vera: Nem pensar em rever, mas também nunca pensei em abandoná-lo a meio.
Pedro: Sim, gosto de falar um pouco de tudo. :)
mau...mto mau
De acordo.
Mas ó Matateh, mas tá na moda comparar tudo a Reservoir Dogs? Já não é o primeiro blog! Até o fato foste buscar :P
E de resto, o filme é muito fraco, péssimo, mas eu gostei das comic reliefs. Mas muito pouco mesmo!
Um abraço granda matateh!
Longe de mim cair no mainstream, apenas enunciei a predilecção do realizador Lawrence pelo filme de Tarantino e a sua homenagem. Não é uma comparação... é um facto. :P
Abraço Knox!
Gostei das cenas iniciais com o monstro no espelho, cheguei a pensar até que estava perante qualquer coisa de jeito, insfelizmente o realizador não soube segurar a carruagem e as ideias que andavam por ali foram-se perdendo por entre o desfile visual, que pode dizer-se que até está bastante competente.
Sem dúvida. Os efeitos especiais foram bem concebidos.
Sò espero que não façam o mesmo ao "noir" Max Payne!
Cumps. cinéfilos
Primeira visita aqui (eu acho). CONSTANTINE, de fato, é uma miscelânea de efeitos digitais medianos embalados num pano de fundo maior que o próprio filme. A destacar, apenas a boa atuação de Tilda Swinton como Gabriel.
s0lo: Adorei o jogo "Max Payne". Quanto ao filme, não espero grande coisa, mas...
Gustavo: Tilda Swinton esteve razoável. Benvindo Gustavo.
Já tens ai umas estrelitas todas catitas :P
hehe... e talvez não sejam definitivas...
não se esqueçam de ir ver a sequela!! lol
PS: O trailer é melhor que o filme...tem lá tudo, os efeitos especiais ainda parecem melhor e tem mais ritmo!
LOL
A cena que mais gostei foi o diabo a caminhar pela estrada rural e matar tudo pelo seu caminho: "Exorcist" type! Todo o resto é vómito verde...
É um filme fraquíssimo...
Sinto muito pela Rachel Weisz! Adoro ela e acho que foi um desperdício do seu talento e tempo!
Tá claro que não gostei nada do filme, não é? :D
Escolhas...
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