“Shi Mian Mai Fu”, de Zhang Yimou
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“Shi Mian Mai Fu” (aka “House of Flying Daggers” ou “O Segredo dos Punhais Voadores”) é de uma forma basilar acerca de um triângulo amoroso brotado através de uma batalha política. Um movimento refractário denominado por “Casa dos Punhais Voadores” surge ao estilo de Robin Hood roubando aos ricos para dar aos pobres, originando uma pronta reacção da polícia que decide infiltrar-se nesta organização através de Mei (Zhang Ziyi), uma dançarina cega. Ela é capturada pelo disciplinado capitão Leo (Andy Lau), e pelo galanteador Jin (Takeshi Kaneshiro). O resto deverá ser visionado por todos os amantes de bom cinema.
Este filme é uma extasiante obra de beleza cinematográfica pincelada com aprazíveis cores, onde espadas, paus afiados e (obviamente) punhais têm como pano de fundo o verde das florestas de bambu, o castanho resultante das folhas que caem numa floresta outonal e até o branco da neve salpicado por gotículas vermelhas de sangue. Brilhantes cenas seguem-se umas após outras, onde imaculáveis coreografias de combate preenchem genialmente a tela. “O Segredo dos Punhais Voadores” provem da melhor casta de filme de aventuras, onde as sequências de acção são extensas, sumptuosas, fulgentes e nunca deixando de fazer parte inexorável da história. Num filme de acção standard Hollywoodesco, as sequências de acção cessam abruptamente o enredo e presenteiam-nos com um incongruente, insignificante e banal festim. Nesta película o enredo cria uma perfeita simbiose com sequências de acção visualmente vibrantes e momentos de uma comoção dramática apaixonante (deleitem os vossos olhinhos no interior do Pavilhão Peony, no Jogo do Eco e na memorável perseguição na floresta de bambus onde Zhang Yimou nutre a nossa vista até ao mais ínfimo pormenor).
Yimou é um talentoso criador de histórias visualmente delirantes, cravando notoriamente o seu nome no estrito rol de realizadores (juntamente com Ang Lee e Takashi Miike) que dominam o género Wuxia. É um poeta cinematográfico. Este chinês confirma definitivamente neste filme o seu domínio sobre as artes visuais (depois de "Raise the Red Lantern" e “Hero”). A fabulosa actriz Zhang Ziyi revela novamente neste filme o seu nobre dom, trabalhando com o realizador que a apresentou em 1999 no filme “The Road Home”. Interpreta Mei com uma graciosidade invulgar, emanando um charme que contagia, dominando a assistência com uma envolvente actuação física e uma profunda interpretação de emoções.
“Shi Mian Mai Fu” (aka “House of Flying Daggers” ou “O Segredo dos Punhais Voadores”) é de uma forma basilar acerca de um triângulo amoroso brotado através de uma batalha política. Um movimento refractário denominado por “Casa dos Punhais Voadores” surge ao estilo de Robin Hood roubando aos ricos para dar aos pobres, originando uma pronta reacção da polícia que decide infiltrar-se nesta organização através de Mei (Zhang Ziyi), uma dançarina cega. Ela é capturada pelo disciplinado capitão Leo (Andy Lau), e pelo galanteador Jin (Takeshi Kaneshiro). O resto deverá ser visionado por todos os amantes de bom cinema.
Este filme é uma extasiante obra de beleza cinematográfica pincelada com aprazíveis cores, onde espadas, paus afiados e (obviamente) punhais têm como pano de fundo o verde das florestas de bambu, o castanho resultante das folhas que caem numa floresta outonal e até o branco da neve salpicado por gotículas vermelhas de sangue. Brilhantes cenas seguem-se umas após outras, onde imaculáveis coreografias de combate preenchem genialmente a tela. “O Segredo dos Punhais Voadores” provem da melhor casta de filme de aventuras, onde as sequências de acção são extensas, sumptuosas, fulgentes e nunca deixando de fazer parte inexorável da história. Num filme de acção standard Hollywoodesco, as sequências de acção cessam abruptamente o enredo e presenteiam-nos com um incongruente, insignificante e banal festim. Nesta película o enredo cria uma perfeita simbiose com sequências de acção visualmente vibrantes e momentos de uma comoção dramática apaixonante (deleitem os vossos olhinhos no interior do Pavilhão Peony, no Jogo do Eco e na memorável perseguição na floresta de bambus onde Zhang Yimou nutre a nossa vista até ao mais ínfimo pormenor).
Yimou é um talentoso criador de histórias visualmente delirantes, cravando notoriamente o seu nome no estrito rol de realizadores (juntamente com Ang Lee e Takashi Miike) que dominam o género Wuxia. É um poeta cinematográfico. Este chinês confirma definitivamente neste filme o seu domínio sobre as artes visuais (depois de "Raise the Red Lantern" e “Hero”). A fabulosa actriz Zhang Ziyi revela novamente neste filme o seu nobre dom, trabalhando com o realizador que a apresentou em 1999 no filme “The Road Home”. Interpreta Mei com uma graciosidade invulgar, emanando um charme que contagia, dominando a assistência com uma envolvente actuação física e uma profunda interpretação de emoções.
Apesar de todas as maravilhas que este filme traja, não posso deixar de referir a razão pela qual o filme não atinge o pináculo do meu regalo. Em certas alturas sinto o filme dispersando em vez de unificar, talvez por culpa de algumas infelizes interpretações secundárias e de um menor aprofundamento dos laços amorosos. No entanto este filme é absolutamente essencial, pois consegue resgatar o público combinando ritmo fremente com romance, numa arrebatadora beleza visual. Graças a alguns deuses cinematográficos vemos o cinema ser redimido por brilhantes películas oriundas do Oriente, envergonhando o cinema de acção ocidental que intoxica o público com múltiplas obras deploráveis.
10 Comments:
Estás enganado André.
A única nomeação para os óscares sucedeu na categoria de Melhor Cinematografia (Fotografia) graças a Zhao Xiaoding. A categoria foi arrecadada por Robert Richardson por "The Aviator".
Cumps.
Não vi, mas é capaz de ser interessante.
Cumps. cinéfilos
Vale a pena!
Gostei do filme, mas o estilo acaba por submeter-se ao argumento (que exagera na dose de reviravoltas). Esteticamente é muito inspirado.
André: ;)
Gonn1000: Concordo que existe um certo exagero nas reviravoltas.
Essencialmente fantástico a nível visual, fotografia excelente e efeitos especiais bons, mas peca por alguma falta de unificação no argumento, como já ouvi dizer aqui no blog, dispersa-se demasiado nas reviravoltas, criando alguma confusão e falta de linha de tensão constante e emergente. Essas reviravoltas acabam por fatigar um pouco devido à duração do filme, que é grande, não se sabe enfim, quando será o fim. Mas gostei na mesma.
Há spoilers em seu texto, francisco?
Admiro Yimou imensamente (apesar de ter visto apenas dois filmes) e infelizmente O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS (como é conhecido no Brasil) não passou na minha cidade.
membio: adorei o filme e apesar das inúmeras reviravoltas não me senti farto!
gustavo: Claro que não existem spoilers na minha crítica. Então não lês o texto? ai...
É que, se houvessem spoilers, não leria mesmo... Tive SONHOS VENCIDOS destruído por causa de textos sem anúncios de spoiler. Mas se não tem, lerei.
Nunca coloquei ou colocarei spoilers em meus comentários/análises.
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