Descubram
Apichatpong Weerasethakul é um dos grandes poetas audiovisuais a surgir na primeira década do século XXI. O cineasta tailandês acaba de retirar do seu país natal o seu mais recente filme “Syndromes and a Century”, depois da censura desejar que editasse cenas como um monge a tocar guitarra, ou um grupo de médicos a beber whisky. Perante o ridículo de tais exigências, Weerasethakul respondeu com uma categoria que define o seu carácter distinto: «Eu, como realizador, trato dos meus filmes como trato dos meus próprios filhos. Não me interessa se as pessoas os ignoram ou desprezam, pois foram criados com as melhores intenções e esforços. Se estes rebentos não são compatíveis com o seu próprio país, então que abracem a liberdade. Não há qualquer razão para os mutilar com medo do sistema. Caso contrário, não há qualquer razão para continuar a gerar Arte».
O espectador comum irá certamente torcer o nariz à estrutura nada convencional das suas magníficas obras, mas os ritmos e desafios propostos pelo vocabulário cinematográfico de Joe (como prefere ser chamado no Ocidente) são brilhantes. As seduções pictóricas remetem a paisagem para uma função reflexiva, com imagens geminadas de Universos antagónicos, de Homem e Animal, Escuridão e Luz, Amor e Loucura, Realidade e Sonho. Descubram “Blissfully Yours”, e principalmente “Tropical Malady”.
7 Comments:
Grande resposta.
Estes filmes são fáceis de encontrar nas lojas por cá?
Abraço
Infelizmente, não são muito fáceis de encontrar por cá. Já vi "Tropical Malady" certo dia na Fnac, mas o melhor é recorrer à importação.
Abraço!
"Syndromes and a Century" passará no Indie Lisboa deste ano...
Grande atitude! Ética e amor para as coisas que fazemos, isso é que é preciso.
Helena: Tenho imensa curiosidade para verificar o próximo passo de Weerasethakul. Projecção imperdível.
Nuno: Grande Joe!
ridículo! a censura...
Bastante.
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