No final de “Ikiru”, o apoiante de Watanabe luta momentaneamente com a sua consciência, até ceder, submergindo numa enxurrada de papéis. Quantos seres humanos vivem completamente imersos na evolução das suas carreiras, desmazelando a evolução da própria Vida? Quando a lógica quotidiana se instala e drena grande porção da nossa energia inata, a maioria das almas arde para todo o sempre. Viver é sublimar a existência com litígios diários pela transcendência do corpo, pela genuína satisfação da mente e pela exploração das sensibilidades que elos emocionais nos poderão transmitir. Akira Kurosawa sempre demonstrou virtuosidade em lidar questões humanas com imaculada percepção e experimentar seus filmes é como marcar presença em aulas profícuas de arte narrativa. É um regalo cinéfilo vê-lo questionar o significado existencial de um punhado de personagens, trabalhando suas nuances com sofisticada probidade. Kurosawa transcendeu quaisquer diferenças culturais entre o oriente e o ocidente para legar ao universo da Sétima Arte uma dissertação majestosa sobre temas universais como a Vida, a Morte e a mesquinhez do poder. Intemporal… pungente… Humano!
terça-feira, outubro 09, 2007
Ikiru
No final de “Ikiru”, o apoiante de Watanabe luta momentaneamente com a sua consciência, até ceder, submergindo numa enxurrada de papéis. Quantos seres humanos vivem completamente imersos na evolução das suas carreiras, desmazelando a evolução da própria Vida? Quando a lógica quotidiana se instala e drena grande porção da nossa energia inata, a maioria das almas arde para todo o sempre. Viver é sublimar a existência com litígios diários pela transcendência do corpo, pela genuína satisfação da mente e pela exploração das sensibilidades que elos emocionais nos poderão transmitir. Akira Kurosawa sempre demonstrou virtuosidade em lidar questões humanas com imaculada percepção e experimentar seus filmes é como marcar presença em aulas profícuas de arte narrativa. É um regalo cinéfilo vê-lo questionar o significado existencial de um punhado de personagens, trabalhando suas nuances com sofisticada probidade. Kurosawa transcendeu quaisquer diferenças culturais entre o oriente e o ocidente para legar ao universo da Sétima Arte uma dissertação majestosa sobre temas universais como a Vida, a Morte e a mesquinhez do poder. Intemporal… pungente… Humano!
A minha experiencia com o o Kurosawa, restringe-se ao épico incontornável e apixonante Ran, portanto, muito postrior a este que falas, mas sim, transpira a mesma forma de tratar a alma humana, que não tem cor, ou raça, ou bussúla.
ResponderEliminarA nossa fatal condição de só dar valor às coisas quando as perdemos ou estamos em vias disso...sempre assim foi e sempre assim será! Uma obra tocante no conteúdo e brilhante na sua construção narrativa! Não sendo "o" meu Kurosawa favorito, está sem dúvida entre os favoritos!
ResponderEliminarE quando falo em Ikiru faço sempre questão de fazer uma vénia ao grandioso Shimura!
Abraço!
Mel de Vespas: É um cineasta obrigatório, criador de obras que iluminam nossa alma cinéfila.
ResponderEliminartf10: Shimura, num desempenho memorável que emana uma tremenda intensidade sob aquela camada de apatia física. Magnífico, sem dúvida.